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Minha Casa, Minha Vida: Mudanças vão beneficiar construtoras em 3 pontos; veja quais

21 jun 2023, 19:47 - atualizado em 21 jun 2023, 19:48
Minha Casa Minha Vida
Construtoras de baixa são as maiores beneficiadas com os ajustes no Minha Casa, Minha Vida, que devem valer a partir de junho (Imagem: Agência Brasil/Marcelo Camargo)

O Conselho Curador do FGTS aprovou ontem (20) novas medidas de acesso ao financiamento do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Entre as medidas aprovadas, estão o aumento nos limites de compra de  imóveis por meio programa e redução da taxa de juros.

Essas mudanças, além de um pleito antigo de construtoras e incorporadoras, eram amplamente esperadas pelo mercado. Com isso, grandes bancos destacam os principais benefícios que as empresas de construção civil listadas na Bolsa brasileira devem ter com as novas medidas, que devem valer a partir do mês que vem.

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Novo Minha Casa, Minha Vida vai beneficiar baixa renda

Faz alguns meses que analistas do setor observam que a volta do programa Minha Casa, Minha Vida com foco em atender famílias de faixas de renda mais baixas beneficiaria as construtoras desse segmento.

Tanto é que as ações das empresas do setor disparam em 2023, com destaque para o salto de 125% da construtora Tenda (TEND3). A MRV (MRVE3) também não decepciona, com valorização de 56%. Por sua vez, a Plano&Plano (PLPL3), fora do radar de investidores e vista como ‘joia escondida’ pelo BTG Pactual, dispara 153%.

Todas elas estão sendo favorecidas por programas habitacionais, além da expectativa de corte da taxa básica de juros (Selic) no segundo semestre. Após o anúncio, grandes bancos ressaltam que as mudanças serão benéficas para essas construtoras que atuam no segmento de baixa renda e os pontos que reforçam essa tese.

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1) Mudanças no Minha Casa, Minha Vida vão favorecer velocidade de vendas

A equipe de real estate do Bradesco BBI vê os ajustes no MCMV como “muito positivos” para as construtoras de baixa renda já que amplia o mercado endereçável do segmento. Como também ajuda essas empresas a sustentarem a velocidade de vendas (VSO) e margens consistentes.

“Estimamos que as empresas de baixa renda tenham atualmente de 20% a 40% de suas unidades entre o atual teto de preço e o novo, aumentando significativamente o número de unidades elegíveis ao programa. O que significa maior acessibilidade”, avaliam.

Os analistas do Santander reiteraram a preferência pelo segmento de baixa renda após os ajustes aprovados pelo conselho curador do FGTS. Segundo eles, as medidas aprovadas devem aumentar um pouco a quantidade de competidores que atuam dentro do programa.

Por outro lado, também deve aumentar a acessibilidade para famílias de renda mais baixa, como também de renda mais alta. “A nossa ver, o acesso maior pelas famílias de baixa renda ao programa deve potencialmente elevar o VSO”, dizem.

2) Melhora na margem operacional

Para a equipe de análise de renda fixa da XP, as mudanças podem impulsionar o Minha Casa, Minha Vida. Com isso, as construtoras de baixa renda, as grandes beneficiadas, têm potencial para aumentar a demanda e de apresentar expansão na margem bruta operacional.

Já os analistas do JP Morgan reforçam o impacto das mudanças nas margens. Já que o aumento do limite de preço na extremidade superior do programa está em 33%, contra o índice de inflação da construção civil (INCC) acumulado em 13%.

“O que pode levar a margens brutas acima de 35%, se considerarmos a diferença entre o crescimento do preço máximo e a inflação da construção desde o início de 2019″, analisam.

3) Preços de venda e caixa

No entanto, os analistas de real estate do BTG Pactual dizem que as empresas deverão beneficiar de uma procura por imóveis mais forte, permitindo-lhes aumentar os preços de venda para obter mais margens brutas e reduzir a proporção de empréstimos sem garantia nas vendas.

“Calculamos que o preço de venda poderá aumentar em média 14%, enquanto as faixas mais baixas do MCMV teriam melhora de 18%. O que é positivo para a Tenda”, observam.

A equipe da XP reitera que essas mudanças, que devem ser regulamentas pelo Ministério das Cidades até 30 de junho, têm ainda potencial impacto positivo na geração de caixa dessas construtoras.