Minerva Foods (BEEF3) apanha com resultados fracos; vaca louca pode destravar oportunidade
O resultado da Minerava Foods (BEEF3) veio abaixo das estimativas, provocando a derrocada das ações nesta sexta-feira (24). No entanto, analistas enxergam o frigorífico brasileiro destravando oportunidades com o caso atípico de vaca louca detectado nesta semana.
Por volta das 11h20 (horário de Brasília), as ações ordinárias da Minerva Foods afundavam 6,36% a R$ 11,05 cada. Na abertura do dia, os papéis chegaram a valer R$ 11,28.
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A empresa reportou prejuízo líquido de R$ 25,7 milhões no quarto trimestre de 2022 (4T22), embora tenha somado lucro de R$ 655,1 milhões no acumulado do ano passado.
Os menores volumes e preço médio de venda do boi no mercado externo são apontados por analistas como agravantes da piora do resultado financeiro da Minerva no fim de 2022.
“A companhia teve maiores despesas financeiras (dada a elevação da taxa de juros DI) e por um resultado de hedge cambial (proteção) bastante negativo”, destacam analistas da Genial Investimentos.
Entretanto, isso não quer dizer que seja hora de ignorar as ações da Minerva. A corretora reitera a recomendação, com preço-alvo de R$ 20 e potencial de valorização em torno de 80% nos próximos 12 meses.
Com um custo de produção menor na comparação com seus pares no setor, a Minerva tem chances aumentar suas margens no processamento de carne bovina a partir de bases da América do Sul para atender uma demanda crescente na China, que encerrou sua política de Covid Zero.
Oportunidades em Minerva Foods
O caso atípico de vaca louca detectado no Brasil é visto pela XP Investimentos como uma oportunidade para a Minerva Foods realocar melhor os volumes de carne bovina destinados à exportação.
Com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 19,10 em 12 meses, a XP considera que o frigorífico pode tirar vantagem da suspensão temporária de carne bovina brasileira destinada à China, sua principal compradora.
Segundo os analistas da XP, Uruguai e Argentina já devem estar exportando o máximo possível para a China, enquanto Paraguai e Colômbia não conseguem exportar para o país asiático. Já para a Austrália e os EUA, o potencial de aumento de produção é limitado.
A China precisa do Brasil como seu principal fornecedor. Os preços da carne tendem a subir no país asiático, o que pode servir de gatilho para que Uruguai e Argentina passem a exportar outros cortes que antes eram destinados a outros países.
“Empresas com posição geográfica diversificada como a Minerva poderiam compensar o impacto negativo no Brasil e capturar um preço melhor na China”, explicam os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, em relatório enviado a clientes.
A Minerva Foods já anunciou que atenderá a demanda chinesa por carne bovina a partir de suas quatro unidades distribuídas no Uruguai e na Argentina, enquanto os abates no Brasil destinados à China estão suspensos temporariamente.