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Minerva e Aurora registram baixos níveis de bem-estar animal em ranking global

21 abr 2020, 10:24 - atualizado em 19 abr 2020, 16:41
Carne-Minerva
A Minerva identificou o bem-estar animal como uma questão de negócio, mas não dá evidências de estar administrando bem a situação (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A Minerva (BEEF3) e a Aurora Alimentos registram baixos níveis de bem-estar animal, aponta o ranking global Business Benchmark on Farm Animal Welfare (BBFAW) de 2019. A nova edição, que reúne as 150 maiores empresas de alimentos do mundo, mostrou que as duas produtoras identificaram o tema como uma questão de negócio, mas não dão evidências de estarem administrando bem a situação.

A performance das companhias brasileiras, no geral, é baixa. A BRF (BRFS3) e a JBS (JBSS3) seguem em nível intermediário, como instituições que já avançaram com medidas de bem-estar animal, porém, precisam trabalhar mais para garantir que isso seja efetivamente implementado.

“A classificação das empresas brasileiras, que não traz mudanças significativas em termos de pontuação, mostra que muito ainda deve ser feito”, afirma José Rodolfo Ciocca, gerente de Agropecuária Sustentável da Proteção Animal Mundial.

De acordo com Ciocca, as produtoras nacionais não deixam claro seus compromissos sobre questões como enriquecimento ambiental, abate humanitário e uso de antibióticos e substâncias que promovem o crescimento.

Consumo sustentável

Frigoríficos Carnes Boi JBS Friboi
Não só a população, como também os fornecedores comerciais têm um papel decisivo na mudança do comportamento das produtoras (imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

A onda sustentável definitivamente alcançou o segmento de proteína animal.

“Os consumidores, cada vez mais bem informados, estão dizendo ‘não’ para as práticas de manejo que levem sofrimento aos bovinos, suínos e aves”, explica Ciocca, que enxerga uma forte barreira comercial a empresas que optam por deixar de lado o tema.

Inclusive, não só a população, como também os fornecedores comerciais têm um papel decisivo na mudança do comportamento das produtoras.

“As empresas que não assumirem a responsabilidade de garantir o bem-estar dos animais criados para alimentação podem esperar uma maior exigência de seus clientes e parceiros comerciais, investidores e consumidores”, conclui Ciocca.

O relatório é baseado nas informações públicas disponibilizadas pelas companhias do setor alimentício. O BBFAW cruzou todos os dados e os categorizou segundo quatro pilares: compromisso e política de gerenciamento, governança e gerenciamento, liderança e inovação, e relatórios e impacto de desempenho.

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