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Minerva (BEEF3): Saiba como 4 analistas viram os resultados do 3T24; ações tombam

07 nov 2024, 17:22 - atualizado em 07 nov 2024, 17:22
minerva beef3 3t24
A Minerva (BEEF3) reportou seus resultados no terceiro trimestre de 2024 na última quarta-feira (7).(Foto: Minerva Foods)

A Minerva (BEEF3) reportou seus resultados referentes ao terceiro trimestre de 2024 (3T24) na última quarta-feira (6), vistos como positivos por diversos analistas. O Ebitda da empresa atingiu R$ 813 milhões, o que representa uma máxima histórica, com aumento de 14% em comparação com o mesmo período de 2023 (a/a).

A receita líquida da empresa também foi destaque, crescendo 20% no mesmo comparativo, chegando a R$ 8,5 bilhões. Para analistas do BTG Pactual, o forte desempenho da receita ressalta a capacidade da empresa de arbitrar os mercados de gado e bezerros, frente ao aumento trimestral de 2,9% nos preços. 

Apesar dos resultados considerados positivos, as ações da empresa operam em queda durante esta quinta (7), assim como BRF (BRFS3), Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3).



As razões para a queda das empresas do ramo de frigoríficos ainda não estão claras, mas os analistas já pregavam cautela após a divulgação dos resultados da Minerva. Segundo Rafael Passos, sócio da Ajax Asset, o ciclo do gado atual tende a pressionar a margem da Minerva , após rali recente nos preços do boi gordo.

Compra de ativos da Marfrig (MRFG3) impactou resultados?

O BTG também cita as primeiras impressões sobre a empresa após a compra de 13 frigoríficos da Marfrig (MRFG3), a maior aquisição da Minerva (BEEF3) nos últimos 19 anos. As operações começaram na semana passada e os preparativos devem ter impulsionado o total de despesas, que cresceram 18,4% (vendas) e 32,2% (gerais/administrativas) comparadas ao ano anterior.

Segundo o banco, os reais impactos na alavancagem devem ficar mais claros após o 4T24 e ao longo de 2025. O banco mantém recomendação neutra para ação, acreditando que o futuro das ações depende do caminho de desalavancagem pós-integração dos ativos adquiridos. 

“Com a dívida representando mais de 80% do valor da firma (valor de mercado + dívida líquida), a capacidade de capturar um Ebitda maior dos ativos adquiridos será fundamental para que o preço das ações responda positivamente”, diz o BTG.

Para os analistas do Itaú BBA, a integração dos ativos ainda apresenta incertezas quanto à aprovação do negócio no Uruguai, o momento para aumento de ativos e a margem Ebitda dos novos ativos.

Além da integração, o BBA sinaliza outros pontos para serem monitorados, como as exportações para os EUA, o possível aumento dos preços de exportação e os maiores custos do gado no início do 4T24. O banco também se manteve neutro.

Minerva (BEEF3) em observação

Pregando cautela, o BB Investimentos considera os resultados positivos, já que a empresa manteve o ritmo de crescimento, mesmo diante de maior volatilidade no preço do boi gordo. A manutenção do cenário mostra resiliência da operação, distribuída em diversos países.

O forte crescimento interno foi um dos destaques dos resultados. O volume no mercado doméstico teve alta de 33,4% a/a, que combinado com a elevação do preço médio em 2,5% levou a receita bruta ao patamar de R$ 3,6 bilhões.

O BB diz que a forte queda observada ao longo do ano reflete a preocupação dos investidores em relação à alta alavancagem financeira, em um contexto de taxa de juros elevada. O banco também é neutro sobre o papel.

O endividamento bruto da companhia soma R$ 25,7 bilhões, dos quais 17% (R$ 4,4 bilhões) possuem vencimento no curto prazo. Em relação à sua alavancagem financeira, a relação Dívida Líquida/Ebitda Ajustado atingiu 2,6x.

A respeito da dívida, a XP Investimentos alerta para o fato de que 77% do valor bruto está em dólar, o que será negativamente afetado por uma taxa de câmbio mais alta. “No entanto, observamos que a estratégia de hedge da Minerva tem se mostrado assertiva nos últimos anos”, dizem os analistas.

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Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
gustavo.silva@moneytimes.com.br
Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
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