Minerva (BEEF3) e BRF (BRFS3): Com setor pressionado, o que esperar dos resultados das empresas?
A Minerva (BEEF3) e a BRF (BRFS3) divulgam seus resultados na próxima semana e, segundo a Genial Investimentos, a expectativa para ambas as companhias é bastante diferente.
Enquanto a Minerva deve ter um “4T21 muito similar ao do 3T21, isso porque o cenário permaneceu muito parecido durante o segundo semestre de 2021”, a BRF deve continuar “a passar por um momento desafiador por conta da alta exposição ao mercado brasileiro, com uma pressão nos custos da empresa vindo por questões inflacionárias e altos preços das principais commodities que compõem os custos da empresa”.
Segundo a Genial, no caso da Minerva, é estimada uma receita líquida de R$ 6,8 bilhões para o trimestre na comparação com o 4T20.
“Mesmo sem poder exportar para a China através do Brasil, os preços do gado continuaram em forte alta (acima de R$ 280/arroba) durante o período, o que afeta diretamente o preço da carne e a Minerva também teve espaço para exportar para outros mercados (como os EUA, que deve agregar para algo mais relevante na receita)”, dizem os analistas.
A Minerva também “inda conseguiu exportar para a China através da sua Divisão Athena (operação presente na Argentina, Uruguai e Paraguai), que é responsável por cerca de 50% da receita total”, driblando a proibição de importação de carne bovina do Brasil para a China, país “historicamente responsável por mais de 50% da receita de exportações da Divisão Brasil”.
A Genial projeta uma margem EBITDA de 8,7% para a Minerva, “estável em relação ao 3T21 e um recuo de -2,1 p.p. em relação ao 4T20, justificado pelos preços elevados do boi gordo tanto no Brasil quanto nos demais países em que a empresa atua”.
Já a BRF, apesar de ter um “momento desafiador”, principalmente com o milho e a soja, que são usados como ração para os animais, deve ter um “aumento nas vendas principalmente por conta da sazonalidade — o período de final de ano (natal, réveillon, festas) no Brasil é historicamente muito bom em termos de vendas para a companhia”.
“Uma situação um pouco mais favorável nos lida a estimar um avanço de 14,5% a/a no EBITDA da empresa, chegando a R$ 1,8 bilhão esperado no 4T21, implicando também um avanço de 0,7 p.p. em sua margem EBITDA a/a. Isso também se deve a uma base comparativa mais fraca, dado que no ano passado a empresa teve resultados relativamente fracos no período”, explicam os analistas.
Segundo a análise da corretora, “o 4T21 deve trazer um alívio na última linha da empresa também: o lucro líquido, que esperamos atingir R$ 612 milhões, revertendo um prejuízo do 3T21, porém ainda representando uma queda na comparação com o mesmo período do ano anterior, de -31,7%”.
“Isso se deve majoritariamente ao cenário mais desafiador na Ásia, com preços ainda muito elevados e pressões de custos logísticos persistentes”, dizem.
Por fim, a Genial coloca o preço-alvo da BEEF3 a R$ 13,10, com potencial de crescimento de alta de 33,13%.
A recomendação para o papel da Minerva é de compra.
No caso da BRFS3, o preço-alvo é de R$22,00, com potencial de alta de 16,46% e recomendação de “manter” as ações.