Minerva (BEEF3) despenca nesta quinta (9) pós-resultados; confira visão de analistas sobre as ações
As ações da Minerva Foods (BEEF3) recuavam 11,42%, aos R$ 6,98 por ação por volta de 15h21 desta quinta-feira (9). A queda ocorre após o lucro líquido do 3T23 ficar em linha com o registrado no mesmo período do ano passado, em R$ 141 milhões (recuo de 0,3%).
Por outro lado, a receita líquida da empresa tombou 16,2% no mesmo comparativo, passando de R$ 8,437 bilhões no 3T22 para R$ 7,067 bilhões no 3T23.
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Visão dos analistas para Minerva (BEEF3)
BB Investimentos
Para o BB Investimentos, a receita da Minerva foi fraca em todos os países que a empresa atua, com exceção do Brasil e Uruguai, que apresentaram leve crescimento na comparação com o 2T23.
Segundo o banco, as exportações continuam sendo o principal vetor comercial da companhia e a perspectiva em relação à retomada (até o momento frustrada) da demanda chinesa por carne bovina continua sendo um driver importante para impulsionar volumes e preços da proteína no mercado global.
O destaque positivo do trimestre foi a geração de caixa livre após investimentos, pagamento de juros e capital de giro, que foi positiva em R$ 608 milhões, valor que desconsidera o desembolso de R$ 1,5 bilhão para a aquisição dos ativos da Marfrig na América do Sul realizado no trimestre.
Assim, o anúncio da aquisição, e a percepção de alto risco desta combinação de negócios, continua impactando de forma relevante a performance das ações BEEF3.
Entretanto, diante de perspectivas de um ciclo pecuário ainda favorável no Brasil para o ano que vem e de fundamentos positivos de médio e longo prazo para os exportadores de carne bovina da América do Sul, o BB mantém recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 18,00 para 2024.
Terra Investimentos
De acordo com Luis Novaes, da Terra Investimentos, o resultado trimestral da Minerva foi abaixo ao esperado pelo mercado, levando os investidores a ajustar suas expectativas para a empresa.
Assim, para Novaes, apesar da alta oferta de gado bovino no mercado brasileiro, não houve melhoria expressiva nas margens da empresa, sobretudo, em razão do impacto de operações fora do país e demanda baixa.
“O desempenho em suas operações na América do Sul, sobretudo no Paraguai, foi preponderante para o resultado abaixo do esperado, mesmo com a dinâmica positiva para o Brasil. As receitas menores eleva o receio do mercado quanto à demanda por proteína no exterior, à medida que devemos observar mais desaceleração econômica como efeito do aperto monetário e seus impactos no consumo. Por fim, o aumento na alavancagem, que já era esperado pelo mercado devido ao seu acordo com a Marfrig, mas ascende como um dos importantes fatores de risco para a tese de investimento”, pontua.