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Na contramão do mercado, CFO da Minerva (BEEF3) cita 3 motivos para acreditar em ciclo positivo do gado em 2025; veja quais são

11 set 2024, 15:56 - atualizado em 11 set 2024, 18:43
minerva foods beef3
(Foto: Divulgação)

O CFO da Minerva Foods (BEEF3), Edison Ticle, quando perguntado sobre o que esperar do ciclo pecuário, citou um estudo realizado pela companhia. “O ciclo pecuário está mais longo, só que mais importante do que isso, a diferença de produção de cabeças disponíveis para abate no topo e no piso mudou de patamar, tivemos um deslocamento por conta de três fatores”, disse Ticle.

A fala aconteceu durante o sobre proteína animal do Bradesco BBI AgroSummit, realizado nesta quarta-feira (11) em São Paulo, que reuniu importantes figuras do setor de frigoríficos como José Carlos Garrote, fundador e presidente do conselho da São Salvador e João Campos, CEO da Seara, que pertence ao grupo JBS (JBSS3)

Segundo Ticle, esses fatores são genética, dieta e produtividade. “Se há 15-20 anos uma fêmea tinha uma taxa de fertilidade de 45%, hoje estamos entre 55% e 60%. Isso impacta o ciclo, já que é o mesmo número de fêmeas produzindo mais bezerros, com mais gado disponível pelo mesmo tamanho de ciclo”.

Fora esse fator, Ticle ressalta que o advento do DDG no Centro-Oeste mudou o custo da engorda e terminação, com um boi mais produtivo em um menor espaço de tempo, além de um melhor com custo.

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Minerva projeta ciclo positivo em 2025

“Com isso, vou discordar do ‘Zé’ (Garrote) sobre ano que vem ser um ano de ciclo mais negativo do boi, e portanto, preços mais altos de gado. A Minerva acredita que 2025 é um ano de boa oferta de animais. No último ciclo tínhamos um pico de 29 milhões de cabeça de gado disponíveis para abate, e no topo, devemos ter algo em torno de 34 milhões de cabeças disponíveis. Com essas mudanças estruturais, acreditamos que o número de 29 milhões de cabeças  passou para 33 milhões de cabeças, e as 34 milhões de cabeças vão se tornar cerca de 39 milhões de cabeças de gado”, discorre.

O CFO do frigorífico reforça que esses quase 5 milhões de cabeças a mais para abate não necessariamente significam menores preços para o produtor, e sim mais gado para indústria abater, além de ganhos de mercado e market share.

“Numa situação de oferta e demanda apertada no mundo, isso vai permitir à indústria trazer esses ganhos de volta ao produtor. Esse sistema de retroalimentar o ganho que temos na exportação, repassar para cadeia produtiva e isso ser devolvido com mais produtividade, genética e animais disponíveis para abate é um ciclo virtuoso”.