Minerva (BEEF3): BTG corta recomendação após perspectiva ‘brilhante’ para 2024 se esvair
O BTG Pactual cortou a recomendação de Minerva (BEEF3) para neutro, mostra relatório desta segunda-feira (6). O preço-alvo indicado é de R$ 8, o que implica uma potencial alta de 28% com base no último fechamento (3).
Em reação, as ações do frigorífico figuravam entre as maiores baixas do Ibovespa (IBOV). Por volta das 12h, BEEF3 recuava 4,49%, cotada a R$ 5,96.
Segundo os analistas do BTG, a Minerva passou de uma perspectiva “brilhante” para 2024 para uma “menos otimista”, após anunciar a aquisição de 16 fábricas de carne bovina da Marfrig (MRFG3) por R$ 7,5 bilhões.
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“O preço alegadamente elevado ofuscou o valor estratégico do negócio, também porque colocou novamente a Minerva em um caminho de alavancagem cada vez maior. Hoje, o patrimônio líquido representa apenas 20% do valor da empresa (EV)”, dizem.
“Mais do que isso, a aprovação do acordo foi adiada e o preço pode ser ainda mais elevado devido à acumulação de interesses e à nossa sensação de que os órgãos poderão aprovar o acordo com soluções economicamente menos atrativas”, explicam.
Os analistas destacam que os investidores devem esperar “volatilidade extrema nos preços das ações”.
“A visibilidade sobre o sucesso deste empreendimento é baixa e só melhorará no próximo ano”, reiteram.
Novas estimativas para Minerva
As estimativas do BTG para a Minerva em 2025 refletem o pagamento integral e a incorporação dos ativos da Marfrig — R$ 7,5 bilhões juros capital de giro. Isso resultará em uma dívida líquida de R$ 15,9 bilhões — acima dos R$ 8,7 bilhões no pré-acordo de 2024.
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O Ebtida de R$ 3,9 bilhões em 2025 implica uma margem Ebtida de 10%, em linha com a projeção, apesar das expectativas de um início do ciclo de retenção de novilhas no Brasil e dos riscos associados à integração e ao aumento da rentabilidade dos novos ativos.
O BTG vê a Minerva sendo negociada a 3,7x o EV/Ebtida esperado para 2024 (pré-operação com Marfrig) e 5x EV/Ebtida para 2025 (pós-operação com Marfrig).
“Este último múltiplo está globalmente em linha com a média histórica, o que significa que a história do equity depende inteiramente da capacidade da Minerva de desalavancagem e de reiniciar o processo de transferência de valor do credor para o acionista”, dizem.