Minério tem pior mês desde outubro com demanda fraca na China
O minério de ferro chega ao final de abril com a pior queda mensal desde outubro, em meio a incertezas crescentes sobre a demanda e um alerta da gigante do aço chinesa Baowu Steel de que as condições de mercado continuarão difíceis pelo resto do ano.
Os futuros da matéria-prima siderúrgica caíram quase 17% este mês em Singapura, e chegaram a ser negociados brevemente abaixo de US$ 100 a tonelada no início desta semana.
A alta temporada de construção mais fraca do que o esperado na China puxa os preços para baixo após um início de ano forte. Entre abril e junho, a atividade dos canteiros de obras costuma ter um aumento acentuado, após o fim do inverno no hemisfério norte, mas isto até agora não aconteceu em 2023. O setor de construção é o principal impulsionador da demanda por aço no país.
- Entre para o Telegram do Money Times! Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo. Clique aqui e faça parte!
Para completar o quadro pessimista, a China Baowu Steel disse que o ambiente doméstico e global para as siderúrgicas permanece “austero” e a demanda chinesa continuará desacelerando este ano. E a Associação de Ferro e Aço da China disse que as usinas deveriam reduzir a produção, que está gerando prejuízo diante da demanda fraca e preços em queda.
Os níveis de estoque das principais usinas chinesas subiram em meados de abril, enquanto a produção diária caiu.
A Vale (VALE3), segunda maior produtora de minério de ferro do mundo, disse que vê o crescimento da demanda um pouco acima da oferta, mas acrescentou que seus clientes estão em compasso de espera em relação ao mercado imobiliário da China.
No final desta sexta-feira, o minério de ferro era negociado com ganho de cerca de 1% em Singapura, a pouco menos US$ 105 a tonelada. Mas a cotação permanece bem abaixo do pico intradiário do ano, de quase US$ 140 em meados de fevereiro.