Commodities

Minério de ferro sobe mais de 10% na semana com cortes nos juros na China e perspectivas de estímulo

27 set 2024, 9:54 - atualizado em 27 set 2024, 9:54
Minério de ferro
O minério de ferro saltou 10% com pacotes de estímulos na China divulgados ao longo da semana e melhora nas expectativas sobre demanda (Imagem: REUTERS/Stringer)

Os preços futuros do minério de ferro subiram pela quarta sessão consecutiva nesta sexta-feira (27) e caminham para um ganho de mais de 10% em base semanal, sustentados por novos cortes nas taxas de juros na China e expectativas de mais estímulos fiscais e imobiliários.

O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 4,38%, a 750 yuans (US$ 106,94) a tonelada — nível mais alto desde 2 de setembro.

O contrato de referência de outubro do minério de ferro na Bolsa de Cingapura subiu 3,38%, para US$ 101,85 a tonelada, e ganhou 13,8% nesta semana. Mais cedo, o contrato atingiu seu maior valor desde 7 de agosto, a US$ 103,10 por tonelada.

Em mais uma rodada de estímulos, o Banco Central da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou um corte na taxa de compulsório — a quantidade de dinheiro que os bancos devem manter como reservas. Essa foi a segunda redução deste ano com o objetivo de apoiar o crescimento econômico.

Além disso, a promessa da China de implantar “gastos fiscais necessários” para atingir a meta de crescimento econômico de 2024, de aproximadamente 5%, melhorou as expectativas do mercado em relação a novos estímulos fiscais.

A China também planeja emitir 2 trilhões de yuans (US$ 285,2 bilhões) de títulos soberanos especiais como parte do novo estímulo fiscal.

Essas medidas melhoraram o sentimento em relação às commodities, incluindo o minério de ferro.

Enquanto isso, as cidades de Xangai e Shenzhen planejam suspender as principais restrições remanescentes à compra de casas para atrair compradores potenciais, o que pode estimular a demanda por aço e minério de ferro.

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Estímulos na China

No início da semana, o Banco Central da China (PBoC, na sigla em inglês) lançou o maior pacote de estímulo desde a pandemia para tirar a economia de seu estado deflacionário e voltar a atingir a meta de crescimento do governo.

Com foco no mercado imobiliário, o BC reduziu as taxas de juros médias para hipotecas existentes em 50 pontos-base e fez um corte na exigência de entrada mínima para 15% em todos os tipos de moradias, entre outras medidas.

O BC chinês também introduziu duas novas ferramentas para impulsionar o mercado de capitais.

A primeira foi um programa de swap com tamanho inicial de 500 bilhões de yuans, que permite que fundos, seguradoras e corretoras tenham acesso mais fácil a financiamento para comprar ações.

Já a segunda medida oferece até 300 bilhões de yuans em empréstimos ‘baratos’ do banco central a bancos comerciais para ajudá-los a financiar compras e recompras de ações de outras entidades.

O pacote mais amplo do que o esperado, que oferece mais financiamento e cortes nas taxas, marca a mais recente tentativa de Pequim de restaurar a confiança depois que uma série de dados decepcionantes levantou preocupações sobre uma desaceleração estrutural prolongada.

Além disso, o PBoC reduziu as taxas de juros para um período de 14 dias — iniciado na segunda-feira (23) —, que foi considerado um pequeno sinal de anúncio de novos estímulos monetários e prenunciou as demais medidas.

Os estímulos impulsionaram o sentimento no mercado de commodities, incluindo o minério de ferro, cujos ganhos de preço apagaram totalmente as perdas registradas em setembro.

*Com informações de Reuters