Minério de ferro se recupera com previsão de déficit do Goldman
Os futuros do minério de ferro se recuperam com a análise do Goldman Sachs de que o mercado global permanece apertado e pode estar vulnerável a cortes de fornecimento relacionados ao clima neste trimestre.
Haverá um “claro déficit” no primeiro semestre de 2021 após a escassez nos últimos dois anos, disse o banco em relatório amplamente otimista sobre as commodities.
Os estoques estão baixos, principalmente nas usinas da China, o que coloca o mercado em risco de choques de oferta e aumentos inesperados da demanda, disse o banco.
Os contratos futuros de minério de ferro subiram mais de 70% ao longo do último ano puxados por uma combinação de restrições de oferta e demanda impulsionada por estímulos na China.
Os comentários do Goldman estão em linha com as expectativas do mercado de que o consumo deve superar a oferta neste ano, principalmente nos primeiros seis meses.
O banco disse que sinais recentes enviados pelo governo chinês, que busca reduzir a produção local de aço e aumentar a oferta doméstica de minério, não alteram a dinâmica atual do mercado.
A menos que a demanda por aço seja “cortada no mesmo grau, o principal impacto do corte da produção doméstica de aço seria impulsionar as importações de aço e simplesmente desviar a demanda de minério de ferro – e os volumes de vendas de aço – para usinas fora da China”, disse. “Essa mudança não mudaria materialmente o que deve ser um claro déficit.”
Os futuros do minério de ferro eram negociados com estabilidade, a US$ 167,11 a tonelada na Bolsa de Cingapura às 15h41 no horário local, revertendo uma queda de 2,3%.
O contrato de minério de ferro mais ativo em Dalian subiu 0,3%, enquanto os futuros do vergalhão de aço caíram pelo segundo dia em Xangai, após fecharem a sexta-feira no nível mais alto desde 2011.
Ao mesmo tempo, investidores continuam a avaliar o impacto do aumento dos casos de coronavírus na indústria siderúrgica da China.
Foram registradas 42 infecções em 11 de janeiro, incluindo 40 em Hebei. A região produtora de aço, no norte do país, abrange centros como Shijiazhuang, uma cidade de 11 milhões de habitantes onde foi decretado um lockdown.