Minério de ferro mais barato não deve atrapalhar a Vale no 2º semestre, avalia Safra
A Vale (VALE3) conseguiu bater as estimativas do Safra para o segundo trimestre, tendo produzido 67,6 milhões de toneladas de minério de ferro no período – alta de 5,5% em relação ao mesmo intervalo do ano passado.
As exportações seguiram a mesma tendência positiva, crescendo 5,3% acima das projeções do banco, para 54,6 milhões de toneladas.
Apesar do avanço, a mineradora afirmou que a pandemia do coronavírus impactou a produção em 3,5 milhões de toneladas. Os efeitos devem continuar no segundo semestre, com impactos estimados de 6,3 milhões de toneladas na produção da commodity.
No entanto, isso não foi o suficiente para que Conrado Vegner e Victor Chen, autores do relatório divulgado pelo Safra ontem (20), deixassem a visão otimista de lado.
“Permanecemos positivos com a Vale. A companhia parece estar no caminho de atingir o crescimento esperado para a produção do segundo semestre, o que, mesmo com uma queda estimada nos preços de minério de ferro, deve suportar a geração do fluxo de caixa da empresa e a retomada do aguardado pagamento de dividendos“, comentaram.
Dúvida
Os analistas do Credit Suisse, Caio Ribeiro e Gabriel Galvão, levantaram questionamentos sobre a capacidade da Vale de elevar sua produção em 35% para bater as metas do ano.
Na avaliação de Ribeiro e Galvão, esse feito é, no mínimo, desafiador.
“A Vale teria que produzir aproximadamente 91 milhões de toneladas por trimestre no segundo semestre deste ano para atingir sua projeção, o que significa um aumento de 35% em relação ao segundo trimestre ou 21% a mais em relação ao obtido em junho”, afirmaram.
O Credit Suisse projetou uma produção de 300 milhões de toneladas para a companhia em 2020 e de 365 milhões em 2021.