Minério de ferro fecha em alta em Dalian (China) após mais estímulos ao setor imobiliário
O minério de ferro iniciou a semana em alta, recuperando parte das perdas de 6,5% registradas apenas na semana passada. Além de uma correção técnica, a commodity metálica reage aos cortes nas taxas de empréstimo de um e de cinco anos, anunciada pelo Banco Central chinês (PBoC).
No mercado futuro em Dalian (China), o contrato futuro mais ativo do minério de ferro, referente ao mês de janeiro, fechou em alta de 1,10%, cotado a 688 yuans. Os negócios com a commodity oscilaram entre 698 yuans na máxima e 672,50 yuans, na mínima do dia.
“O BC chinês estendeu a tábua de salvação à economia em dificuldades”, resume a economista para a China da Capital Ecoomics, Sheana Yue. Em comentário, ela avalia que o PBoC mantém os esforços para apoiar uma economia titubeante.
Estímulos ao setor imobiliário
Hoje, o Banco Central da China reduziu as taxas de empréstimo (LPR, na sigla em inglês) de um ano em 5 pontos-base, de 3,70% para 3,65%, na primeira redução desde janeiro. Já a LPR de cinco anos foi reduzido em 15bps, de 4,45% para 4,30%, após um corte de mesma magnitude em maio.
A LPR é uma taxa de referência para novos empréstimos. No caso da LPR de cinco anos, a taxa serve de referência para precificar a maioria das hipotecas, sinalizando mais uma medida para estimular o setor imobiliário e apoiar os mutuários.
“O corte maior na taxa de 5 anos sugere que o PBoC está particularmente preocupado com os problemas no mercado de imóveis”, avalia Yue.
Para ela, a atual demanda fraca dos compradores de casas reflete uma perda de confiança no setor. “E isso são problemas que não podem ser facilmente resolvidos pela política monetária”, conclui a economista da CapEcon.
Ao mesmo tempo, alguns governos locais começaram a conceder empréstimo a incorporadoras para dar continuidade à construção de imóveis. Muitas obras estavam paralisadas devido à falta de recursos.
“As duas medidas, juntas, devem reduzir a preocupação dos mutuários de hipotecas “, avalia a economista para a China do ING, Iris Pang.
Para ela, quando houver progresso na construção de projetos inacabados, deve haver alguma melhora no sentimento em relação à compra de imóveis. “E os preços dos imóveis devem começar a se estabilizar”, prevê.
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