Mineradoras ou siderúrgicas? Veja quais empresas têm mais chances de agradar no 4T22
A temporada de resultados começou nesta semana com Cielo (CIEL3) entregando os primeiros números do quarto trimestre de 2022.
A expectativa sobre o setor de mineração e siderurgia está dividida. Isso porque, segundo a XP Investimentos, algumas empresas devem reportar melhores resultados do que outras.
Na opinião da corretora, os resultados devem vir fortes para mineração e fracos para as siderúrgicas. Para mineradoras de ferrosos, analistas esperam um crescimento de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) maior em relação ao terceiro trimestre, com a linha sendo impulsionada pela alavancagem operacional devido a uma melhor produção.
No caso das siderúrgicas, o Ebitda deve cair dois dígitos em base trimestral, refletindo menores volumes e preços de venda, além de custos crescentes, projeta a XP.
“Esperamos discussões sobre a reabertura chinesa impactando a demanda de minério de ferro e aço e temores de recessão econômica na Europa e nos Estados Unidos”, afirma.
A visão da corretora é parecida com a do Bradesco BBI, que também aposta em números mais fortes para as mineradoras.
O BBI prevê recuperação nas linhas dos resultados da Vale (VALE3) e da CSN Mineração (CMIN3), enquanto Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) devem recuar em várias frentes. Para CSN (CSNA3), a expectativa também é de números mais fracos.
Pelas projeções da XP, a Vale deve apresentar Ebitda consolidado de US$ 4,9 bilhões no quarto trimestre do ano passado, alta de 21% sobre o trimestre anterior. No caso do braço de mineração da CSN, espera-se um resultado sequencialmente melhor, com o Ebitda ajustado chegando a R$ 1,7 bilhão, salto de 80% na comparação trimestral.
Em relação à Gerdau, o time de análise da corretora espera um recuo trimestral de mais de 30% no Ebitda consolidado, a R$ 3,7 bilhões, diante de menores volumes e preços no período. As margens devem diminuir em todos os segmentos, acrescentam os analistas.
A Usiminas, por sua vez, deve atingir Ebitda consolidado de R$ 508 milhões, queda de quase 40% trimestre a trimestre.
A XP também cita a CBA (CBAV3), que deve mostrar resultados pressionados diante da queda dos preços do alumínio, apesar dos altos preços de energia e dos baixos estoques da commodity.
“Para a CBA, esperamos resultados mais fracos (Ebitda deve cair 62% t/t) devido aos preços mais baixos do alumínio e maiores custos-caixa”, estimam os analistas.
A XP tem recomendação de “compra” para Vale, Gerdau e CSN Mineração, bem como para CBA. A Usiminas tem classificação “neutro”.