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Mineradoras investiram R$ 16,7 bi em segurança de barragens, diz Fiemg

20 jan 2022, 12:14 - atualizado em 20 jan 2022, 12:46
Barragem do Carioca
A descaracterização é a intervenção na estrutura para que perca as características de barragem (Imagem: Reuters/Leonardo Benassatto)

O presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, disse nesta quinta-feira, 20, que as principais mineradoras investiram R$ 16,7 bilhões em segurança, tecnologia de filtragem e descaracterização de barragens de rejeitos em Minas Gerais nos últimos três anos, desde o rompimento da barragem em Brumadinho, ocorrido em 25 de janeiro de 2019.

“Isso custa muito dinheiro e o setor só não investiu mais porque a técnica de descaracterização das barragens exige tempo. Fazer algo açodado em barragens muito grandes, aí sim, compromete a segurança”, disse Roscoe, durante entrevista coletiva. “O valor investido daria para construir 160 mil casas do programa Minha Casa Minha Vida, as simples”, acrescentou.

Roscoe disse que as mineradoras seguem com o compromisso de descaracterizar as barragens a montante – do mesmo tipo que colapsou em Mariana, em 2015, e em Brumadinho, em 2019. A descaracterização é a intervenção na estrutura para que perca as características de barragem, como a drenagem de água e o plantio de vegetação, por exemplo.

Pela legislação, a descaracterização das barragens a montante deveria ocorrer até 25 de fevereiro deste ano. Para ele, porém, o prazo seria inexequível de forma segura. “O compromisso de descomissionar existe, é claro. Mas cada caso é preciso de um prazo específico para preservar a segurança. Grandes barragens são sensíveis a movimentos abruptos e podem ocasionar acidentes”, disse.

Segundo o presidente da Fiemg, a descaracterização de grandes barragens podem levar de dois a três anos para ter seu projeto realizado e aprovado por órgãos ambientais. “Como se poderia já ter descomissionado barragens de 100 mil toneladas, meia safra agrícola brasileira de um ano inteiro, se só o projeto demora três anos? Por isso, defendemos um prazo adequado.”