BusinessTimes

Mineradoras e siderúrgicas enfrentam novo dia de queda; vale ter alguma ação na carteira?

21 set 2022, 17:41 - atualizado em 21 set 2022, 17:41
Siderurgia
CSN e Usiminas enfrentam cabo de guerra (Imagem: REUTERS/Stringer)

O setor de mineração e siderurgia viveu mais um dia de queda na Bolsa, com os preços do minério de ferro caindo pela sexta vez seguida em Cingapura diante de novos boicotes de mutuários na China.

As ações da CSN (CSNA3) recuaram 4,43%, negociadas a R$ 12,52 cada, enquanto seu braço de mineração, a CSN Mineração (CMIN3), mostrou perdas de 2,82%.

Além da queda dos preços do minério, os mercados digerem o conflito entre a companhia e a Usiminas (USIM5), que entrou com uma petição contra a decisão da Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de permitir que a CSN mantenha uma fatia maior que 5% na empresa.

Em 2014, o Cade decidiu que a CSN deveria vender aproximadamente 17% de participação na Usiminas dentro de cinco anos, prazo que foi prorrogado por mais três anos em 2019.

Recentemente, a Superintendência Geral do Cade entendeu que a venda das ações da Usiminas pela CSN não precisaria mais ser continuada, desde que a acionista siga cumprindo o compromisso de não exercer direitos políticos com os papéis que detém na concorrente.

Hoje à tarde, o Cade decidiu manter a determinação de que a CSN deve seguir vendendo ações da Usiminas, mas alterou o prazo para indeterminado.

Segundo a Ativa Investimentos, a decisão é mais positiva para a Usiminas.

“Ainda que a apertada decisão tenha sido protelada em favor da companhia carioca, vemos mais motivos para a empresa mineira celebrar a decisão”, afirma a corretora.

A Ativa comenta que a decisão do Cade mitiga o principal temor da Usiminas, que seria a não necessidade de a CSN se desfazer de sua posição acionária e, assim, como seu maior acionista, seguir participando ativamente das suas decisões estratégicas.

“Para CSN, […] a manutenção da proibição de exercícios de direitos políticos e, efetivamente, a redução da sua influência sobre um rival competitivo, nos parece uma notícia negativa, que, inclusive, pode estar motivando maior queda desta no pregão de hoje”, diz.

A CSN detém atualmente 12,9% de participação na Usiminas.

As ações da Usiminas recuaram 1,28% nesta quarta, cotadas a R$ 7,73 cada.

Sem triggers relevantes no curto prazo

Ajax segue com mais exposição à mineração por meio de Vale (Imagem: REUTERS/Yusuf Ahmad)

A indústria siderúrgica segue sem grandes gatilhos no curto prazo, avalia a Ajax, após o Instituto Aço Brasil divulgar queda nos números de produção e vendas de aço em agosto.

A produção de aço bruto em agosto de 2022, apesar de ter avançado em relação a julho, teve uma queda de 11,3% ante o mesmo mês do ano passado. A produção de aços planos contraiu 12,9%, enquanto a queda no volume de aços longos foi de 9,7%.

As vendas no mercado doméstico recuaram 6,8% no comparativo, enquanto o consumo aparente caiu 8,3%.

As importações recuaram 30,9%, somando 319 mil toneladas no mês passado.

A Ajax vê uma pressão nos preços de aço domésticos diante da “demanda enfraquecida” e dos “níveis de paridade de preços mais desfavoráveis”, com aço plano mostrando prêmio de 21% sobre as importações e aço longo 4% de prêmio.

“Por outro lado, os maiores custos dos insumos e paradas de produção de aço na Europa (crise de energia) podem limitar o risco de queda dos preços internacionais do aço no curto prazo”, ressalta.

De qualquer forma, a Ajax segue com mais exposição à mineração por meio de Vale (VALE3). A Ajax menciona:

  • o desconto de 25% em relação aos pares globais;
  • o risco de queda limitado para o minério de ferro; e
  • expectativas de maior crescimento dos emergentes em relação aos desenvolvidos.

Régis Chinchila e Luis Novaes, analistas da Terra Investimentos, afirmam que, com a ação mais barata versus os pares internacionais, o movimento de baixa da ação da Vale pode estar terminando.

Chinchila e Novaes destacam que o valor atual do papel “não traduz os resultados registrados recentemente”.

Gabriela Joubert, analista-chefe do Inter Research, diz que a Vale é uma ação interessante para o investidor que está pensando em dividendos, dado o caixa robusto da companhia.

“Agora, precisa considerar que existe um risco maior ao entrar em um papel como esse”, pondera a analista. O Inter tem recomendação neutra para a Vale, com preço-alvo de R$ 83.

Já o Bradesco BBI, na esteira da recuperação recente das vendas de aço para a construção e a indústria na China, segue com recomendação de compra para a Vale, além de outros nomes do setor, como Gerdau (GGBR4), Usiminas, CSN e CSN Mineração.

Siga o Money Times no Instagram!

Conecte-se com o mercado e tenha acesso a conteúdos exclusivos sobre as notícias que enriquecem seu dia! Sete dias por semana e nas 24 horas do dia, você terá acesso aos assuntos mais importantes e comentados do momento. E ainda melhor, um conteúdo multimídia com imagens, vídeos e muita interatividade, como: o resumo das principais notícias do dia no Minuto Money Times, o Money Times Responde, em que nossos jornalistas tiram dúvidas sobre investimentos e tendências do mercado, lives e muito mais… Clique aqui e siga agora nosso perfil!

Disclaimer

Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.