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Mineradora SAM e Huawei assinam memorando para aplicar 5G em projeto em MG

08 jul 2020, 22:44 - atualizado em 08 jul 2020, 22:45
A mineradora espera que a tecnologia 5G já esteja disponível em escala no Brasil quando o projeto estiver pronto para começar a produzir, em 2025 (Imagem: REUTERS/Aly Song)

A Sul Americana de Metais (SAM) e a empresa de telecomunicações chinesa Huawei assinaram nesta quarta-feira um memorando para o desenvolvimento de tecnologia de mineração não tripulada e aplicação efetiva de 5G na operação do Projeto Bloco 8, que prevê a extração e beneficiamento de minério de ferro no norte de Minas Gerais.

Jin Yongshi, CEO da SAM, unidade da chinesa Honbridge Holdings, disse em comunicado que a mineradora busca criar um projeto “extremamente seguro e uma das soluções é a mineração não tripulada, como operação autônoma ou remota”. Para isso, a tecnologia 5G seria essencial.

“Hoje já existem caminhões e máquinas de perfuração autônoma e alguns outros equipamentos necessários para a operação de mineração podem ser controlados remotamente. Porém, precisaremos integrar enormes caminhões autônomos e equipamentos de controle remoto em um sistema de rede. Será necessário que máquinas imensas se comuniquem com o centro de comando…”, disse ele.

A mineradora espera que a tecnologia 5G já esteja disponível em escala no Brasil quando o projeto estiver pronto para começar a produzir, em 2025.

Projetado para produzir 27,5 milhões de toneladas de minério por ano, com teor de 66,2% de ferro, o projeto espera receber licença de operação em cerca de cinco anos, disse o CEO da empresa à Reuters, em fevereiro.

Desenvolvido no Estado que foi palco de desastres de mineração que mataram centenas de pessoas nos últimos anos, o projeto tem enfrentado obstáculos ambientais e legais.

Segundo Yongshi, a Huawei e a SAM combinarão suas capacidades tecnológicas para promover a inovação e o desenvolvimento abrangente na indústria de mineração no Brasil.

Para Sun Baocheng, CEO da Huawei no Brasil, o 5G capacita a produção mineral, mantém a força de trabalho segura e melhora a qualidade de vida das pessoas.

“Vamos incluir as operadoras nas negociações, a fim de contribuir para o aprimoramento da tecnologia e fornecer serviços de telecomunicações de melhor qualidade às comunidades locais, usando soluções de Tecnologias da Informação e Comunicação”, disse ele em nota, distribuída pela assessoria de imprensa.

A declaração foi feita em meio a pressões do governo de Donald Trump para limitar o papel da Huawei no desenvolvimento da nova geração de rede de alta velocidade no Brasil, com o embaixador Todd Chapman citando disposição dos Estados Unidos em financiar a compra de equipamentos de outros fornecedores no Brasil.

O diretor de cibersegurança e soluções da Huawei no Brasil, Marcelo Motta, disse à Reuters esta semana que o país pode sofrer anos de atraso na implementação da rede 5G, elevando custos de serviços de telecomunicações ao clientes, se sucumbir à pressão dos EUA para barrar a companhia chinesa.

A maior fabricante de equipamentos de telecomunicações do mundo conduziu com sucesso testes de 5G com as principais operadoras no Brasil – Telefônica Brasil (VIVT4); TIM Participações (TIMP3); Claro, do grupo América Móvil; e Oi (OIBR3; OIBR4) – e vem ajudando-as a modernizar a infraestrutura antes do tão aguardado leilão de espectro.

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