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Mineradora africana RioZim já vê retomada da demanda por diamantes

26 ago 2020, 12:28 - atualizado em 26 ago 2020, 12:28
Diamantes - RioZim
Com o mercado de gemas em crise, os acionistas da RioZim mantêm a empresa em operação por meio de empréstimos-ponte (Imagem: Reprodução/RioZim)

A RioZim, segunda maior mineradora de diamantes do Zimbábue, vê aumento da demanda após ter paralisado as vendas em março por causa da queda dos preços das pedras em meio à pandemia do coronavírus.

Com joalherias fechadas, lapidadores confinados em casa e o turismo internacional impedido, a indústria de diamantes parou nos últimos seis meses. Enquanto a De Beers, maior produtora global, decidiu baixar o preço dos diamantes esta semana para impulsionar as vendas, a RioZim afirma que a demanda dos consumidores por pedras polidas já está se recuperando.

“Na verdade, acelerou com força em algumas partes do mundo”, afirmou Wilson Gwatiringa, porta-voz da RioZim, por email. “Como resultado, esperamos recuperação iminente na demanda por diamantes brutos.”

Com o mercado de gemas em crise, os acionistas da RioZim mantêm a empresa em operação por meio de empréstimos-ponte. A produção da unidade Murowa Diamonds foi estocada, segundo Gwatiringa. Projetos foram colocados em modo de espera, embora a RioZim agora contemple uma expansão em duas fases que dobraria sua produção de diamantes, acrescentou o porta-voz.

Uma primeira fase, com custo de US$ 52 milhões, prolongaria a vida útil da mina Murowa — localizada 348 quilômetros a sudeste da capital Harare — dos atuais 14 meses para quatro anos, disse Gwatiringa. Ainda em planejamento, a segunda fase, com custo de US$ 400 milhões, avançaria a construção da maior mina subterrânea de diamantes do país.

O projeto aumentaria a produção para 2,5 milhões de quilates, ou 10 vezes a quantidade produzida quando a Rio Tinto Group era proprietária da mina. Sua vida útil também seria estendida em pelo menos 10 anos, de acordo com Gwatiringa.

A mineração é importante geradora de divisas para o Zimbábue, que enfrenta falta de alimentos e combustível, escalada da inflação e implosão da moeda local. A RioZim parou a produção em minas de ouro em junho, argumentando que não consegue arcar com os custos por causa da política cambial do governo.