Minasul: café físico mais caro que em bolsa e safras ruins não justificam rallies de baixa
A segunda maior cooperativa cafeeira em exportações (400 mil sacas em 2019) tem 140 mil sacas “preparadas” de um total de 200 mil que saldarão os compromissos internacionais até junho, quando mal terá começado uma nova safra já tida como menor. Na Minasul, de Varginha, o cenário não explica os rallies das cotações internacionais, sempre flertando com viés de baixa – ou sem engatar uma escalada.
No momento, o preço do físico para cafés de qualidade está acima do preço de Nova York. Na volta das 13h30 (Brasília), o março na ICE Futures cai perto de 1%, a 111.48 centavos de dólar por libra-peso
O nervosismo que embaralhou o mercado começou depois que se consolidaram as exportações recordes brasileiras pouco acima de 40 milhões de sacas na safra passada – daí que os traders entendem que há maior disponibilidade nos inventários das grandes indústrias compradoras. “Mas não tem sustentação”, diz Magalhães.
O clima ruim de muita chuva em novembro/dezembro retrasados, que “afogaram” as raízes, depois muito calor no verão de 2019 e mais a friagem do inverno último, cortarão a produção em ano no qual a bianualidade da cultura deveria favorecer. E em 2021 será a vez da safra ruim, pelo ciclo de café alternando anos bons e difíceis.
Na temporada 18/19, a qual o presidente da Minasul dá conta dos baixos volumes guardados, a cooperativa recebeu 1,4 milhões de sacas.
Não tem café agora e não terá em abundância nos próximos dois anos. Situação que o executivo principal da cooperativa enxerga para todos os centros de produção, especialmente do tipo arábica.