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Mina no Centro-Oeste liga Vale (VALE3) a Hidrovias do Brasil (HBSA3); saiba se a venda traz impacto

07 abr 2022, 11:13 - atualizado em 07 abr 2022, 11:13
Vale
Por US$ 1,2 bilhão, a Vale vendeu os ativos do Sistema Centro-Oeste à J&F Investimentos (Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)

A Vale (VALE3) confirmou na noite desta quarta-feira (6) a venda de ativos de minério de ferro, manganês e logística no Centro-Oeste à J&F Investimentos, dona da JBS (JBSS3).

A operação foi avaliada em US$ 1,2 bilhão, sendo que a Vale deve receber aproximadamente US$ 150 milhões no fechamento da transação.

O acordo inclui a venda da totalidade das ações da Mineração Corumbaense Reunida, da Mineração Mato Grosso, International Iron Company e Transbarge Navegación.

A Mineração Corumbaense Reunida, também conhecida como mina de Corumbá, liga as operações da Vale às da Hidrovias do Brasil (HBSA3). Isso porque as duas empresas acertaram um contrato de take-or-pay para transporte de minério de ferro.

Impacto neutro

Com a venda do Sistema Centro-Oeste à J&F, preocupações com relação à validade do contrato foram levantadas. Pela leitura do BTG Pactual (BPAC11), a transação tem impacto neutro sobre a Hidrovias do Brasil.

O banco destaca que a frota de rebocadores e barcaças da Hidrovias do Brasil para transporte de minério de ferro ao longo do sistema fluvial do Paraguai foi feita “sob medida” para a Vale.

“O novo operador provavelmente precisará usar o complexo logístico da Hidrovias do Brasil”, explicam Lucas Marquiori, Fernanda Recchia, Bruno Lima e Marcel Zambello, autores do relatório divulgado nesta semana.

Além disso, a Hidrovias do Brasil tem um contrato de garantia com a Vale International para o seu contrato take-or-pay de 25 anos. Portanto, qualquer alteração precisa passar por aprovação da Hidrovias do Brasil, lembram os analistas.

O BTG avalia como baixa a probabilidade de a Vale romper o contrato, “especialmente considerando as recentes movimentações da nova equipe de gestão”.

A Hidrovias do Brasil já informou que o contrato com a Vale continua em vigor, com a operação e a prestação de serviços sendo realizadas regularmente.

Além disso, ao comunicar a assinatura do contrato de venda com a J&F, a Vale deixou claro que, após o fechamento da operação, vai transferir ao comprador as obrigações relacionadas aos contratos logísticos de take-or-pay.

A J&F assumirá as operações com todos os funcionários do conjunto de ativos.

A conclusão da transação precisa passar por aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), do Conselho de Defesa Nacional (CDN) e das demais autoridades regulatórias competentes.

Comprador

Ação da Hidrovias do Brasil oferece um interessante equilíbrio de risco-retorno, afirma BTG (Imagem: Hidrovias do Brasil/Divulgação)

O BTG segue comprador de Hidrovias do Brasil, sob perspectiva de recuperação de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em 2022.

“Vemos o preço de mercado na continuação do fraco desempenho da empresa em 2021, o que acreditamos ser injusto”, afirmam os analistas.

O banco acredita que a ação oferece um interessante equilíbrio de risco-retorno, negociada a 7,8 vezes Ebitda para 2022.

Olhando mais para frente, o BTG acredita que as iniciativas que a Hidrovias do Brasil vem implementando na região Sul do país devem melhorar estruturalmente o carregamento de carga, evitando os gargalos operacionais vistos no ano passado.

O preço-alvo indicado para os papéis da Hidrovias do Brasil é de R$ 8, o que implica um potencial de valorização de mais de 130% em relação à cotação do último fechamento.

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