Milho mais que dobra embarques e dispara na B3 por concorrentes do Brasil na China
Quando se pensava, lá no primeiro trimestre, que a peste suína africana (PSA) tiraria os chineses das compras de grãos, com menos porcos para alimentar, nada disso aconteceu. E, no caso do milho, melhor ainda para os exportadores brasileiros: eles ajudaram a dar de comer também aos plantéis do mundo inteiro que passaram a exportar à China.
Consequência vista na última sexta por o País alimentar também os concorrentes de suínos e aves brasileiros: a saca para janeiro esteve em R$ 48,00 (R$ 31,00 em janeiro passado) na referência Campinas que norteia os futuros na B3.
Há muito que o Brasil não vivia um momento exportador do cereal como este ano. O crescimento de janeiro a outubro foi de 122% contra os mesmos meses de 2018. Até o mês passado, os embarques somaram 34,7 milhões de toneladas e o resultado monetário praticamente encostou nos US$ 6 bilhões, de acordo com dados da Secex.
Naturalmente que se o Brasil não tivesse chegado a 100 milhões de toneladas de produção de milho – recorde na soma das suas safras de 18/19, a de verão e a de inverno, a mais poderosa –, a marca histórica de exportações talvez não fosse atingida.
O milho para exportação também sofre muita concorrência interna, mas ainda neste ano diante de tantas granjas de suínos, aves e um pouco de bovinos (a dieta de ração de boi tem menor participação de milho) precisando engordar animais rumo à China.
Embora muitos grandes compradores entraram mais confortáveis de estoques, prevendo a situação se agravando na China e a necessidade de aumento das compras de proteína de todo o mundo, os preços vão salgar mais.
E vai para no preço da carne também.