Milho: Exportações do Brasil devem superar embarques dos EUA em 2023; o que muda?
Na visão da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), o Brasil pode ocupar a liderança mundial nas exportações de milho em 2023, com um total de 50 milhões de toneladas.
Os Estados Unidos, que normalmente ocupam o posto de principal exportador global, devem atingir a marca de 48,897 milhões de toneladas exportadas segundo o Departamento de Agricultura do país (USDA).
Para Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, é preciso acompanhar a valorização do real frente ao dólar como forma de prever a lucratividade da atividade durante 2023.
- Os 5 melhores BDRs para investir em julho: Tchau, MC Donald’s? Fast food perdeu espaço para outra empresa famosa na carteira de BDRs da Empiricus Research, descubra qual é no Giro do Mercado de hoje (10). Aproveite para se inscrever no nosso canal aqui e fique ligado nas próximas lives, de segunda a sexta-feira, às 12h.
“Estamos vivendo um processo de valorização da nossa moeda internacionalmente. Isso deixa o nosso produto mais barato, mas pode afetar a lucratividade dos produtores locais. Esse desafio deve ser pensado, principalmente quando consideramos a capacidade de produção do nosso país”, disse.
O que muda para o milho?
De acordo com Paulo Molinari, consultor sênior de milho na Safras & Mercado, o maior volume exportado pelo Brasil na comparação com os Estados Unidos deve implicar em mudanças na oferta, demanda e preços.
“Temos visto quebras na Argentina para safra atual, além de uma menor exportação de grãos pela Ucrânia, o que já favorece os Estados Unidos e o Brasil. Dessa forma, devemos ver muitos países preferindo comprar grãos do Brasil, o que não é bom para os EUA e deve implicar em baixas do grão na CBOT”, diz Molinari.
Na visão do consultor, o Brasil precisa expandir sua capacidade interna para armazenagem do milho, já que o crescimento produtivo não acompanha o avanço dos armazéns.