Milho e soja sobem em Chicago à espera de tarifas de Trump; açúcar bruto toca mínima de 5 meses
Os futuros do milho na bolsa de Chicago atingiram uma nova máxima de um ano nesta terça-feira (21), uma vez que as tarifas prometidas pelo recém-empossado presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não se concretizaram até o momento, disseram os operadores.
Os futuros da soja subiram para preços não vistos desde setembro, devido à falta de notícias sobre as tarifas, preocupações com o clima na América do Sul e com o ritmo lento da colheita no Brasil, o que deu suporte aos mercados de soja e milho.
O contrato de milho mais ativo na bolsa de Chicago (CBOT), fechou o dia com alta de 5,75 centavos, a 4,90 dólares por bushel, depois de ter atingido no início da sessão seu ponto mais alto desde 8 de dezembro de 2023.
Os futuros do trigo da CBOT acompanharam a alta do milho, fechando em alta de 20 centavos, a 5,5875 dólares por bushel – depois de ter atingido mais cedo o preço mais alto desde 12 de dezembro. E os futuros da soja fecharam em alta de 33,25 centavos, a 10,6725 dólares o bushel, depois de terem atingido o preço mais alto desde 30 de setembro.
Uma recuperação na base de soja do Brasil, já que a colheita de seu novo estoque de safra permanece historicamente baixa, também deu um impulso aos futuros da soja, disse Karl Setzer, sócio da Consus Ag Consulting.
Mas os operadores disseram que grande parte da recuperação da soja e dos grãos nesta terça-feira se deveu ao fato de Trump não ter imposto imediatamente tarifas sobre as importações de vários países após assumir o cargo na segunda-feira, embora tenha dito que estava considerando impor tarifas de 25% sobre as importações do Canadá e do México a partir de 1º de fevereiro.
Chuvas para soja na América do Sul
Enquanto isso, as chuvas na Argentina não conseguiram aliviar as preocupações de que a seca em curso poderia prejudicar ainda mais a produtividade das culturas, disse Michael Cordonnier, proprietário da Soybean and Corn Advisor.
“A Argentina recebeu algumas chuvas, mas precisa de muito mais”, disse ele.
Cordonnier disse que o Brasil está enfrentando o problema oposto, pois as chuvas excessivas no Mato Grosso, principal Estado produtor de grãos, resultaram no ritmo de colheita de soja mais lento dos últimos anos.
Questões de qualidade da safra de soja relacionadas ao clima também podem se tornar um problema nas próximas semanas se as chuvas no Brasil continuarem, disse Cordonnier. Isso, por sua vez, poderia afetar a demanda chinesa pela soja sul-americana, segundo analistas de mercado.
Açúcar
Os futuros do açúcar bruto caíram para uma mínima de cinco meses na ICE nesta terça-feira, com as notícias sobre o retorno da Índia ao comércio de exportação pairando sobre o mercado.
O açúcar bruto, que não foi negociado na segunda-feira devido a um feriado nos Estados Unidos, fechou em queda de 0,43 centavo, ou 2,4%, a 17,79 centavos de dólar por libra-peso, após uma mínima de cinco meses de 17,57 centavos no início da sessão.
O açúcar branco caiu 1,7% para 466,40 dólares a tonelada. Anteriormente, atingiu seu menor valor desde agosto de 2021, a 462,60 dólares.
A Índia, segundo maior produtor mundial de açúcar, disse na segunda-feira que permitirá a exportação de 1 milhão de toneladas na atual temporada, que vai até o final de setembro, surpreendendo alguns operadores.
As exportações indianas planejadas, juntamente com um declínio menor do que o temido na produção brasileira, melhoraram as perspectivas de oferta, disse o Commerzbank, acrescentando que a permissão de exportação da Índia foi moderada e que a queda adicional nos preços pode ser limitada.
Café
O café arábica caiu 0,55 centavos de dólar, ou 0,2%, a 3,278 dólares por libra-peso, depois de atingir um pico de um mês a 3,3625 dólares.
O café robusta subiu 2,3%, a 5.263 dólares por tonelada, depois de atingir o valor mais alto em mais de um mês, a 5.335 dólares.
A agência brasileira de estatísticas agrícolas Conab reduziu sua projeção para a safra de café do país em 2024 nesta terça-feira em 0,57 milhão de sacas, para 54,21 milhões, principalmente devido à produção menor que a esperada de grãos robusta.