Milho BR para chinês ver não conta com pressa para atropelar pragmatismo confunciano em 2022
Não há nada que possa influenciar, de momento, a China atropelar seu ritmo de negociação com o Brasil e decidir pela importação de milho ainda este ano.
A melhora das margens de processamento de grãos na China, incluindo principalmente a soja, ainda segue lenta.
Mesmo o caso Nancy Pelosi, a presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, que deteriorou as relações sino-americanas com sua visita a Taiwan, não serve de argumento imediato.
O país é um dos principais fornecedores de milho aos chineses e estes poderiam penalizar os exportadores encurtando suas compras de lá, porém o pragmatismo confuciano da China fala mais alto. Nunca eles atropelam nada.
Tem a safrinha brasileira entrando no mercado, daí que vai pressionar o milho em Chicago e até anular o clima irregular nos EUA. Logo eles não vão se voltar para o Brasil e ver as cotações disparem por essa demanda – ainda com a transformação em farelo com baixa remuneração, como dito.
A Ucrânia já estava na conta. Também bom fornecedor, mas agora, até já começou a haver um certo escoamento, com a liberação de um corredor no Mar Negro pela Rússia.
As autoridades do país asiático abriram negociações com o Brasil para liberar as importações do cereal, com vistas a 2023, mas com a insistência brasileira – e certo grau de otimismo – de que poderia ser antecipada para 2022.
Várias exigências de conformidades sanitárias foram colocadas à mesa e, a rigor, o Brasil não tem problema algum de cumpri-las. Aliás, já são.
Vlamir Brandalizze, analista, lembra, por sinal, que o milho brasileiro é até melhor que o americano.
Regras são regras, porém. A China quer ter certeza de que os grãos liberados estarão em acordo.
Só que o milho que o Brasil teria para entregar este ano é o produzido sem que as negociações estejam concluídas. O cereal de inverno já está colhido.
“Se os chineses tiverem pressa, pode ser que antecipem, mas quando muito a partir de novembro”, diz Brandalizze.
E para entrega no começo de 2023, no mínimo, já com as negociações concluídas e com a certeza de que a oferta de verão, plantada a partir de setembro/outubro, estaria comprovadamente dentro dos requisitos sanitárias exigidos.
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