Milhares protestam em Beirute, em meio à pior crise do Líbano desde a guerra civil
Milhares marcharam no centro de Beirute nesta sexta-feira (12) exigindo um novo governo independente para tirar o Líbano de sua crise cada vez mais profunda em meio ao crescimento da frustração com o problema financeiro do país.
A crise econômica do Líbano representa a maior ameaça à sua estabilidade desde a guerra civil de 1975-1990.
Tendo irrompido no final de 2019, ela destruiu empregos, impediu que pessoas fizessem retiradas nos bancos, reduziu o valor da moeda em 85% e aumentou o risco de uma fome generalizada desde então.
“À luz do fracasso terrível daqueles no poder social e politicamente, estamos indo às ruas para pedir um novo governo independente e uma alternativa ao sistema atual”, disse um comunicado de um grupo de manifestantes.
Os problemas libaneses se agravaram depois que uma explosão no porto de Beirute devastou setores inteiros da cidade, matou 200 pessoas e levou o governo a renunciar, deixando o país sem rumo à medida que afundava mais em um colapso financeiro.
O gabinete do primeiro-ministro, Hassan Diab, permaneceu em caráter interino até um novo ser formado.
Mas Saad al-Hariri, premiê designado escolhido em outubro, está em atrito com o presidente, Michel Aoun, e não consegue formar um novo governo para realizar reformas muito necessárias para abrir caminho à ajuda internacional.
“Estamos famintos. É simples assim”, disse um manifestante, que não quis se identificar, nas ruas com a família.