Milei sobre 2º turno das eleições na Argentina: “Serei uma tábula rasa”; veja o vídeo
O candidato ultraliberal Javier Milei afirmou que está “disposto a ser uma tábula rasa para terminar com o kirchnerismo” no segundo turno das eleições presidenciais da Argentina. Milei disputará a última etapa da corrida pela Casa Rosada com o peronista Sergio Massa, atual ministro da Economia do presidente Alberto Fernández, que tem Cristina Kirchner como vice-presidente.
Num claro aceno aos eleitores de centro, Milei afirmou que dá “por encerrado a fase das agressões”. Trata-se, sem dúvida, de uma grande guinada, quando se lembra que ele conquistou projeção nacional com um forte discurso de outsider.
Durante a campanha do primeiro turno, ele chamou a atenção, ao participar de carreatas empunhando uma motosserra que simbolizava seu desejo de cortar gastos públicos e “romper com o status quo”. O discurso da noite deste domingo (22), contudo, mostrou um Milei muito mais político.
Eleições na Argentina: Milei faz acena a Macri em discurso
Logo no início de seu discurso, cumprimentou Jorge Macri pela expressiva vitória na disputa pelo governo da cidade de Buenos Aires hoje. O gesto demonstra sua disposição de se aproximar de tradicionais forças políticas nacionais. Basta lembrar que Jorge Macri é primo do ex-presidente Mauricio Macri, que trabalhou explicitamente para emplacar seu nome.
Assista ao vídeo com o discurso de Javier Milei, após passar para o segundo turno das eleições na Argentina
Macri, o ex-ocupante da Casa Rosada, é apontado pelos comentaristas políticos argentinos como um personagem fundamental no segundo turno. Os primeiros sinais emitidos por ele são negativos para Massa. Ao votar neste domingo, Macri criticou duramente o atual governo, o que, na prática, é o mesmo que criticar Massa.
“Faz três anos e meio que estamos sem governo na Argentina, expostos à pior inflação, falta de segurança e violência. Mas hoje é um dia de esperança. Esperamos nos iluminar e votar todos por esse futuro que merecemos”, afirmou Macri.
A aposta do mercado financeiro e dos grandes empresários é que, ao passar em segundo lugar para a próxima rodada, Milei reconheça a necessidade de migrar para o centro, revendo as posições mais radicais e fechando apoios que tornem um eventual governo mais moderado, em caso de vitória. A julgar pela sua primeira manifestação pública após o veredicto das urnas, o recado foi ouvido.