Milei anuncia o primeiro superávit trimestral da Argentina desde 2008
O Javier Milei, presidente da Argentina, anunciou o primeiro superávit trimestral do país desde 2008. Nesta segunda (22), em pronunciamento à nação, Milei afirmou que o excedente fiscal financeiro foi de cerca de 275 bilhões de pesos argentinos em março.
Apesar da continuidade dos desafios econômicos na Argentina, o presidente afirmou manter a disciplina fiscal, ressaltando que o superávit marca um momento crucial na busca pela prosperidade do país.
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“O superávit fiscal é a pedra angular a partir da qual estamos construindo uma nova era de prosperidade na Argentina”, disse Milei. O presidente argentino também destacou que o país registrou um superávit fiscal trimestral equivalente a 0,2% do PIB (produto interno bruto) no início do ano.
Dessa forma, o dado vem em um momento de desaceleração da inflação argentina, que reduziu 11% no mês passado, em relação à alta de 13,2% em fevereiro, quando atingiu o maior nível inflacionário desde 1991, em 276,2%.
Além disso, Milei afirmou que o superávit da Argentina foi reflexo das medidas rigorosas implementadas em sua administração.
Medidas polêmicas implementadas por Milei
Desde que assumiu o cargo, em dezembro de 2023, o presidente implementou diversos cortes de verbas que geraram grande repercussão na mídia. Uma delas foi a redução nas transferências de dinheiro para províncias argentinas, além do corte dos gastos em obras públicas, que gerou revolta em governadores.
O governo de Milei também adotou medidas de cortes de custos enquanto as taxas de inflação aumentavam, permitindo que o acumulado anual de quase 300% afetasse os gastos públicos com salários e pensões.
Além disso, o presidente argentino promoveu reformas de desvalorização da moeda, reestruturação dos ministérios do governo, desregulamentação dos preços e redução gradual dos subsídios à energia e transporte.
Em seu primeiro decreto, Javier Milei reduziu o número de ministérios pela metade, acabando com os seguintes Ministérios:
- Educação;
- Trabalho;
- Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável;
- Cultura;
- Mulheres, Gênero e Diversidade;
- Turismo;
- Esporte;
- Desenvolvimento Territorial e Habitacional.
Por fim, em fevereiro deste ano, Milei fechou o instituto contra a discriminação, xenofobia e racismo. De acordo com o porta-voz Manuel Adorni, “foi tomada a decisão de avançar com o desmantelamento de institutos que não servem absolutamente para nada, como o Inadi”.
O Inadi foi criado em 1955 pela Lei de Atos Discriminatórios, sendo um órgão descentralizado do governo, ligado ao Ministério da Justiça e Direitos Humanos. Dessa forma, o instituto visava combater “toda forma de discriminação, xenofobia e racismo”.