Milei anuncia mais de 300 medidas de desregulamentação econômica na Argentina; entenda
O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou na noite de quarta-feira (20) que assinou decreto com mais de 300 medidas que desregulamentam a economia do país, incluindo a eliminação de leis sobre controle de preços e a promoção da atividade industrial.
“Hoje, iniciamos formalmente o caminho para a reconstrução”, disse Milei em mensagem gravada e transmitida em cadeia nacional, referindo-se à crise que assola o país. As regras limitam exportações, privatizações e aumento dos preços.
Além disso, entre as medidas anunciadas na noite anterior, estão revogações das leis do setor imobiliário, novas regras para a legislação trabalhista e a conversão de empresas públicas em sociedades anônimas para serem privatizadas.
“O objetivo é (…) devolver a liberdade e a autonomia aos indivíduos e começar a desmantelar a enorme quantidade de regulamentações que impediram, dificultaram e interromperam o crescimento econômico em nosso país”, disse ele.
O atual presidente assumiu o cargo no início deste mês e este é o segundo pacote de medidas anunciado por ele. Na semana anterior, o governo de Milei desvalorizou a moeda em mais de 50%.
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Protestos contra Milei esvaziados
O presidente da Argentina enfrentou também na quarta-feira (20) seu primeiro protesto, promovido pela “Unidade Piqueteira” e outras organizações de esquerda. Foi a primeira mobilização desde a eleição.
Os manifestantes são contrários ao pacote de medidas econômicas anunciado em 12 de dezembro, e se posicionam sobre o protocolo anti-manifestações criado pela ministra da Segurança, Patricia Bullrich. Na última quinta-feira (14), Bullrich afirmou que serão impostas “severas penalidades” aos envolvidos na “obstrução da livre circulação”.
De acordo com o jornal argentino Clarín, eram esperadas entre 30 e 40 mil pessoas no ato. No entanto, a adesão foi menor do que a esperada.
Após o protesto, Bullrich reforçou que aqueles que bloquearam as ruas serão penalizados com a perda de benefícios sociais. “As pessoas são livres. Se cometessem o delito previsto pelo protocolo que se aplicou hoje, teriam como consequência a perda do plano, e, se não fizessem, não teriam consequências”, disse a ministra.
“A maior parte das pessoas decidiu não ir porque a medida que temos para esse tipo de protesto é de, em média, 20 a 50 mil pessoas. Hoje, o número foi totalmente reduzido”, concluiu.
* Com Estadão Conteúdo.