Microsoft (MSFT34): Receita e lucro crescem 20% e superam expectativas, mas Azure freia ânimo com resultados
A Microsoft teve crescimento de 20% na receita consolidada no trimestre encerrado em 31 de dezembro de 2021, de acordo com dados divulgados pela companhia nesta terça-feira (25). O montante atingiu US$ 51,7 bilhões no período, acima do esperado.
A receita no segmento “Nuvem Inteligente”, que inclui o Azure, plataforma destinada à execução de aplicativos e serviços baseada em conceitos de computação em nuvem, foi de US$ 18,3 bilhões, representando um avanço de 26% na comparação ano a ano.
De acordo com a big tech, o crescimento de receita do Azure e de outros serviços em nuvem foi de 46%, abaixo da expectativa de alta de 48%.
No segmento “Computação Pessoal”, a receita aumentou 15% em um ano e totalizou US$ 17,5 bilhões.
Em “Produtividade e Processos de Negócios”, o montante levantado foi de US$ 15,9 bilhões, avanço de 19% no comparativo anual.
A Microsoft bateu as estimativas de lucro líquido, que encerrou o trimestre em US$ 18,8 bilhões, alta de 21% ano a ano.
O mercado logo reagiu à divulgação dos resultados. As ações da companhia caíam pouco mais de 4%, a US$ 276,13, no after market, pressionadas pela perspectiva de desaceleração dos negócios do Azure.
Nesta terça, a Microsoft encerrou em queda na Nasdaq, computando perdas de 2,66%, a US$ 288,49.
Games
A Microsoft anunciou há pouco tempo a aquisição da Activision em uma transação avaliada em cerca de US$ 70 bilhões.
A Activision é dona de um portfólio com jogos conhecidos mundialmente, entre eles a franquia “Call of Duty”.
A transação se deu totalmente em dinheiro, no valor de US$ 68,7 bilhões, incluindo o preço das ações da Activision, avaliado a US$ 95 durante a compra.
Esse é o maior acordo da história da Microsoft, que tem planos de incluir os jogos da Activision em sua assinatura XBox Game Pass, com aproximadamente 25 milhões de assinantes.
Segundo a Genial Investimentos, a aquisição faz parte do plano ambicioso da Microsoft de aumentar a recorrência de suas receitas.
“Se a Microsoft conseguir converter alguns dos cerca de 400 milhões de usuários ativos mensais da Activision em assinantes, a big tech poderia aumentar significativamente suas receitas de serviços baseados na nuvem”, comenta o analista Iago Souza, em relatório divulgado na semana passada.
A corretora vê, no entanto, dois “abacaxis” nessa compra: ela coloca a Microsoft no radar dos reguladores, dado o porte da aquisição, e pode enfrentar potenciais conflitos culturais, uma vez que já saíram na mídia diversas acusações de assédio contra o cofundador da Microsoft e de sexismo e conduta imprópria no ambiente de trabalho da Activision.