Microsoft (MSFT34): Projeções superam “leve descasamento” entre expectativa e realidade para Azure
Os resultados da Microsoft foram inicialmente mal recebidos pelo mercado, mas projeções de receita acima do esperado conseguiram reverter a percepção dos investidores sobre as ações, que mudaram a trajetória de queda de ontem e operam em alta nesta quarta-feira (26).
Por volta das 15h10, as ações da Microsoft subiam 4,64%, cotadas a US$ 301,88 cada. O índice Nasdaq marcava ganhos de 2,41%, a 13.864,99 pontos.
A companhia divulgou receita e lucro acima das expectativas, mas o foco do balanço ficou para o desempenho das operações da Azure, plataforma destinada à execução de aplicativos e serviços baseada em conceitos de computação em nuvem.
Gustavo Cruz, economista e estrategista da RB Investimentos, explica que houve um “leve descasamento” entre expectativa e realidade para a Azure.
De acordo com o especialista, o mercado deu atenção especial para essa linha porque entende que é um dos principais vetores de crescimento para a Microsoft nos próximos anos.
“Na Microsoft, especificamente, as pessoas olham e veem uma baita oportunidade, dada a qualidade da empresa”, explica Cruz.
No trimestre encerrado em 31 de dezembro de 2021, a Microsoft registrou crescimento de 20% na receita consolidada no comparativo anual, a US$ 51,7 bilhões.
O lucro líquido da empresa atingiu US$ 18,8 bilhões, alta de 21% em relação a igual período de 2020.
O crescimento da Azure e de outras serviços de computação em nuvem deu sinais de desaceleração, sinalizando que pode ter atingido seu pico. A receita desses serviços avançou 46% na comparação ano a ano.
O estrategista da RB Investimentos diz que existe pouco motivo para se preocupar com os dados e segue apostando no potencial de crescimento da Microsoft.
Para Natan Epstein, portfolio manager da Catarina Capital, o crescimento da Azure, apesar de indicar desaceleração, é consistente e mostra que a Microsoft está apostando alto na expansão da plataforma.
“A empresa já possui mais de 20% do mercado global de servidores, atrás apenas da AWS, da Amazon“, destaca.
Epstein acredita que o segmento de computação em nuvem ainda tem muito espaço para crescer e aposta na capacidade da Microsoft de continuar se reinventando.
No geral, Epstein entende que o resultado tenha sido positivo para a empresa, mas ressalta que os papéis da companhia parecem caros.