MGLU3, VIIA3 e AMER3: Prejuízos somados podem ultrapassar R$ 600 mi no 3T22, estima Genial
As varejistas de e-commerce terão mais um trimestre de resultados com fortes prejuízos, estima a Genial Investimentos em relatório.
A corretora calcula prejuízo líquido de R$ 142 milhões para o Magazine Luiza (MGLU3), R$ 222 milhões para Via (VIIA3) e R$ 294 milhões para a Americanas (AMER3), o que, somados, alcançam a cifra de R$ 658 milhões.
Veja na tabela:
Empresa | Prejuízo | Resultado no 3T21 |
---|---|---|
Magalu | R$ 142 milhões | R$ 143 milhões |
Via | R$ 222 milhões | R$ (638 milhões) |
Americanas | R$ 294 milhões | R$ (6 milhões) |
Apesar disso, a corretora espera que as três empresas reportem um crescimento no canal de lojas físicas e uma desaceleração no digital.
“O Magalu continuará a ser destaque no digital. Por outro lado, a Americanas deve ver o seu canal físico performar acima de pares e, também, a varejista deve registrar a maior margem operacional do setor”, discorrem Iago Souza e Igor Guedes.
Mesmo assim, a Americanas deverá sofrer com uma forte compressão na margem EBITDA devido à desalavancagem operacional no período.
A recomendação da Genial é compra para Americanas, com preço-alvo de R$ 28,40, neutro para Magazine Luiza, com preço-alvo de R$ 5,20, e neutro para Via, com preço-alvo de R$ 4,80.
O trio divulgará seu resultado no terceiro trimestre no dia 10 de novembro.
Veja a seguir como será o terceiro trimestre de cada companhia, segundo a Genial:
Magazine Luiza, estável
Os analistas destacam que o Magalu será a única empresa do setor a reportar um crescimento ─ ainda que tímido ─ no GMV Líquido Total, a R$ 14,1b (alta de 2,7% no ano).
Eles citam dois fatores para a alta:
- Lojas físicas, com uma inflexão positiva para o canal físico;
- E-commerce: incorporação de vendas da KaBuM! ─ que está sendo adicionado nos resultados neste ano ─ deve aliviar o ‘sufoco’ (novamente) nessa linha.
“Ao juntar as partes desse quebra-cabeça, o Magalu registrará uma receita líquida bem próxima à neutralidade, a R$ 8,5 bilhões”, discorrem.
Com o salto da inflação no 2º semestre do ano passado, a Genial vê uma “grande quebra de expectativa no escoamento de vendas durante esse período”.
“O Magalu, assim como as outras varejistas do setor, sofreu com a sobre-estocagem nos dois últimos trimestres do ano”, coloca.
Já a “inflação galopante” reduziu substancialmente o fluxo de pessoas para as lojas físicas.
“Com o digital ganhando penetração nas vendas totais, a margem bruta caiu consideravelmente, a 20,1% no consolidado do terceiro trimestre”, diz.
A Genial estima um Ebitda (que mede o resultado operacional) ajustado de R$ 477 milhões (alta de 255,3%) e uma margem Ebitda de 5,6% (+400 bps a/a).
“Apesar de vermos uma recomposição operacional, o alto patamar de juros deve ser o grande vilão para o Magalu ─ as outras duas empresas (Via e Americanas) também não vão escapar desse impacto”, discorre.
Via, de volta ao prejuízo
A expectativa da Genial é de um crescimento do GMV com algo muito similar ao que foi apresentado no 2º trimestre deste ano.
“As grandes tendências de troca de canais, digital para o físico, continuará neste trimestre”, prevê.
Para a corretora, sem restrições de circulação para o varejo físico, se espera que a Via mantenha a tendência de crescimento para o GMV de lojas físicas ─ que ainda faturará abaixo do patamar observado no terceiro trimestre de 2019 (R$ 5,4b).
Por outro lado, o GMV do e-commerce recuará. A dinâmica será negativa tanto para o 1P (estoques próprios) quanto para o 3P (estoque do marketplace), com um GMV de e-commerce estimado em R$ 3 bilhões.
Com um montante de despesas operacionais de aproximadamente R$ 2 bilhões no 3T22, a Via deve reportar um lucro operacional ajustado de R$ 467 milhões e uma margem EBITDA ajustada de 6,7% no período, estima.
Americanas irá afundar com força
Segundo a Genial, a dinâmica de vendas do 3º trimestre da Americanas deve ser muito parecida com o que aconteceu no segundo trimestre.
Enquanto as lojas físicas continuará a ser a principal mola propulsora de crescimento da Americanas, o e-commerce da empresa apresentará a pior performance relativa no digital neste trimestre.
“Em nossa visão, o 2º trimestre de 2022 foi o prenúncio do que estaria por vir para o 1P da varejista em seguida. Com fraca elasticidade de venda para a categoria de eletroeletrônicos ─ e também considerando o atraso da indústria em relação ao 5G ─, a nossa estimativa é que o GMV 1P (inc. take rate) irá cair quase 34% no ano”, discorre.
A expectativa para o EBITDA ajustado é de R$ 552 milhões (queda de 25,7% no ano), com uma margem Ebitda ajustada de 10,6% (recuo de 120 bps no ano).
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