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MGLU3, VIIA3, CMIN3, VALE3: Por que semana foi ruim para varejistas e mineradoras?

14 out 2022, 18:32 - atualizado em 14 out 2022, 18:32
Magazine Luiza
Com queda de 17,7%, Magazine Luiza liderou as perdas do Ibovespa na semana (Imagem: Magazine Luiza/Reprodução)

O varejo de e-commerce foi destaque entre as quedas do Ibovespa na semana, com Magazine Luiza (MGLU3) liderando a esteira de ações no vermelho.

A companhia apresentou uma desvalorização de 17,7% no período, par a par com o recuo de 17,35% de Americanas (AMER3). Via (VIIA3) também caiu, terminando a semana com perdas de mais de 13%.

Nesta semana, novos dados do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) reforçaram as perspectivas dos mercados quanto ao aumento dos juros no país.

Juros mais altos acabam pressionando os mercados acionários, com investidores optando por migrar para a renda fixa. Os juros também acabam fortalecendo o dólar, um dos componentes da inflação no Brasil.

Nesse cenário, empresas do varejo, como Via, Magazine Luiza e Americanas, seriam duplamente afetadas.

Anand Kishore, analista da Daycoval Asset, destaca, no entanto, que ainda é cedo para acreditar que essas empresas serão negativamente impactadas pelos juros americanos.

“As ações brasileiras de tecnologia e de varejo deveriam descolar um pouco do cenário [de queda] americano”, avalia.

A Ativa Investimentos, em monitor da Bolsa, que analisa os principais setores do Ibovespa, mostra preferência por empresas de e-commerce no setor de consumo discricionário.

“Vemos [as companhias] bem posicionadas para capturar a recuperação do setor”, afirma a corretora.

Minério de ferro em queda livre

Minério de ferro pressiona ações da Vale, que recuou mais de 7% na semana (Imagem: REUTERS/Yusuf Ahmad)

Além de varejistas, mineradoras encerraram a semana em campo negativo, com CSN Mineração (CMIN3) caindo 12,13%. Já a Vale (VALE3) apresentou queda de 7,52%.

O principal vilão para o desempenho fraco das ações foi o minério de ferro, que marcou nesta sexta-feira (14) a sequência mais longa de quedas semanais em quase um ano.

Os mercados continuam aguardando as próximas movimentações por parte do governo chinês para tentar salvar o setor imobiliário do país.

O minério de ferro registrou a quinta perda semanal consecutiva, depois que os futuros em Cingapura caíram para seu menor fechamento desde novembro de 2021 ontem.

A forte correção dos preços do minério de ferro teve reflexo nas empresas brasileiras. Com a proximidade da temporada de resultados corporativos no Brasil, analistas começaram a avaliar que alguns setores devem mostrar os efeitos negativos da estagnação/crescimento lento das principais economias do mundo.

“Em alguns setores essa perspectiva é certa, como o de mineração. Durante todo o intervalo desses três meses, o minério de ferro só caiu, portanto, o mercado não espera muito do setor”, comenta a Terra Investimentos.

Gabriela Joubert, analista-chefe do Inter Research, diz que o mercado pode esperar volumes melhores em vendas, especialmente de ferrosos. Porém, o preço médio do minério de ferro no trimestre deve ser menor.

“Estamos falando de um trimestre com preço médio do minério de ferro menor. E estamos vendo prêmios menores também. E esses são os pontos fortes da Vale, seus prêmios e produtos”, afirma.

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