MGLU3 sai na frente de AMER3 e VIIA3 e dispara quase 7% nesta quarta; melhor escolha do setor?
O setor de varejo aproveitou a dinâmica favorável do mercado nesta quarta-feira (28). As ações dos varejistas de e-commerce subiram bem no pregão, com destaque para Magazine Luiza (MGLU3), que disparou quase 7%.
Beneficiados pelo recuo dos juros futuros, os papéis do Magalu fecharam o dia com valorização de 6,75%. Americanas (AMER3), que ficou boa parte do dia liderando as altas do Ibovespa, apresentou ganhos de 6,11%. Via (VIIA3) não ficou muito atrás, tendo avançado 3,38%.
O movimento positivo do setor representa uma recuperação das ações de consumo, após a baixa do pregão anterior. Os papéis da Via, por exemplo, recuaram mais de 7% ontem.
No caso da Americanas, foi noticiado ainda que a maior gestora de ativos do mundo, a BlackRock, aumentou sua participação na companhia, pouco antes de Sergio Rial, ex-CEO do Santander Brasil, assumir o comando.
A BlackRock atingiu participação acionária agregada de 45.559.919 ações ordinárias da Americanas, que correspondem a mais de 5% do total de papéis da companhia.
MGLU3 é a melhor aposta do e-commerce brasileiro?
Analistas continuam travados quando o assunto é recomendar a compra das ações do Magazine Luiza.
Recentemente, duas casas rebaixaram a recomendação do varejista de “compra” para “neutro”.
Em sua atualização, o Santander citou um valuation “muito exigente” para o momento atual. Com preço-alvo de R$ 2,80 ao fim de 2023, o banco não vê grande potencial de alta para o papel.
Segundo o Santander, apesar do rápido crescimento da companhia durante o boom do e-commerce, no início da pandemia do coronavírus, alguns investidores questionam a habilidade de diversificação de exposição e o ganho de participação de mercado do Magalu no longo prazo.
“O Magazine Luiza precisa de mais tempo para que sua estratégia e seus investimentos comecem a entrar em jogo, principalmente devido ao potencial para uma oportunidade bem maior no marketplace“, comentam Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo, em relatório publicado no dia 20.
Reforçando que o valuation não parece atrativo, o Santander afirma que, para encontrar motivos para um upside dentro do preço-alvo, deve-se assumir que as margens Ebitda seguirão uma tendência de dígitos duplos, o que parece improvável, uma vez que “a companhia está focada em otimizar os ganhos de margem de maior eficiência para acelerar o crescimento”.
Outra instituição que atualizou a tese do Magalu foi a Ativa Investimentos. Porém, com preço-alvo de R$ 4,20 para a ação, a corretora vê ainda um potencial de valorização à frente.
Os fatores que explicam a cautela da Ativa vão desde cenário macro desafiador a setor muito competitivo, tornando o Magazine Luiza vulnerável a fatores fora de seu controle.
O Magazine Luiza pode não ser a ação queridinha dos analistas no momento, mas Americanas e Via não estão melhores. Por conta do peso do cenário macro, analistas preferem ficar de fora dos três papéis.
Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, acredita que o mercado continuará privilegiando empresas com fluxo de caixa no presente, o que não é o caso das companhias de e-commerce.
“Dado o juro alto no Brasil e no mundo, não nutro fortes expectativas para essas companhias. Pelo contrário, acho que são companhias para você evitar”, completa.