Justiça

MG busca acordo com Vale por Brumadinho antes de tragédia completar 2 anos

07 jan 2021, 17:59 - atualizado em 07 jan 2021, 17:59
Vale
Não é possível se imaginar que vamos chegar aos dois anos de rompimento da barragem ainda discutindo possível acordo (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

O governo de Minas Gerais marcou novas reuniões com a Vale (VALE3) para a próxima semana e busca fechar um acordo de reparação pelo desastre de Brumadinho (MG) antes de a tragédia completar dois anos, em 25 de janeiro, afirmou nesta quinta-feira o secretário-geral da administração estadual, Mateus Simões.

Mais cedo nesta quinta-feira, foi realizada a primeira reunião do ano para tratar do acordo, onde “parte dos temas que estavam pendentes” foi superada, explicou Simões a jornalistas.

Para a próxima semana, foram marcadas trocas de documentos na segunda-feira, além de novas reuniões na terça, quarta e quinta-feira. Tal acordo trata de danos gerais sofridos pelo Estado.

“Efetivamente esperamos sair da quinta-feira com o texto definitivo desse acordo para a gente começar a discutir valores”, afirmou o secretário.

“Não é possível se imaginar que vamos chegar aos dois anos de rompimento da barragem ainda discutindo possível acordo. Então, para todos aqui, está muito claro que temos um limite de prazo se aproximando.”

Caso não seja possível um acordo, Simões afirmou que o governo aguardará então uma decisão judicial para que “o sofrimento social” não seja prolongado.

O governo de Minas Gerais tem pedido na Justiça indenizações totais de cerca de 54 bilhões de reais pelos danos materiais e morais relacionados ao rompimento da barragem da Vale em Brumadinho.

Na véspera, Simões afirmou à Reuters esperar fechar um acordo superior a 28 bilhões de reais junto à mineradora Vale como reparação pelo rompimento da barragem que deixou cerca de 270 mortos.

O secretário adiantou que o texto que está sendo elaborado não contém problemas identificados no acordo celebrado no desastre anterior, a partir de o rompimento de barragem da Samarco em Mariana (MG), em 2015, e que segundo ele dificultaram as reparações.

“Se chegarmos ao valor considerado necessário, mínimo para indenizar, ressarcir os danos sofridos pela sociedade, nós temos certeza que a implementação dessa solução vai ser rápida, urgente, de forma a garantir o mínimo de recomposição da situação que era”, afirmou.

O acordo com o Estado não exclui as indenizações individuais, que estão sendo fechadas pela Vale e as vítimas do desastre.