México busca ajuda dos EUA; AstraZeneca admite atrasos na América Latina
O presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador afirmou nesta sexta-feira que os Estados Unidos provavelmente enviaram ao país cinco milhões de doses da vacina contra Covid-19 da AstraZeneca, após a empresa admitir que a produção na América Latina passou por vários problemas.
Sofrendo com a produção atrasada da AstraZeneca e escassez de entregas de fornecedoras de vacina estrangeiras, o México pediu mais vacinas aos Estados Unidos, depois de receber inicialmente cerca de 2,7 milhões de doses da AstraZeneca.
“É provável que eles nos ajudem com um empréstimo, enquanto a fábrica da AstraZeneca no México entra em operação”, disse López Obrador, em uma entrevista coletiva.
O Departamento de Estado dos EUA não respondeu imediatamente ao pedido de comentário.
Em um comunicado enviado à Reuters na sexta-feira, a AstraZeneca disse que lamentava os atrasos, que atribuiu a rendimentos abaixo do esperado dos lotes iniciais de vacina, escassez de suprimentos essenciais e períodos mais longo para cumprir controles internos.
Sob um acordo firmado ano passado, o laboratório mAbxience da Argentina produziria o ingrediente ativo da vacina e o enviaria para ser engarrafado em uma fábrica no México de uma empresa chamada Liomont.
A Argentina enviou carregamentos do ingrediente ativo ao México, mas uma série de aprovações e revisões de reguladores atrasaram a produção comercial da Liomont, que tinha um prazo original para março. A AstraZeneca disse que as entregas das vacinas agora devem começar antes do fim de junho.
Um outro local nos Estados Unidos ajudará a atingir a meta de 150 milhões de doses para a região este ano, excluindo o Brasil, disse a AstraZeneca, com 80% das doses engarrafadas na fábrica mexicana. No Brasil, a vacina será produzida pela Fundação Oswaldo Cruz.
As doses engarrafadas no México devem ser distribuídas ao redor da América Latina e os atrasos afetaram programas de vacinação na região. O governo da Argentina pediu formalmente esta semana um relatório sobre a produção para a AstraZeneca.
A Liomont direcionou o pedido por comentários à AstraZeneca.
No México, os problemas foram agravados por entregas muito menores do que o acordado de doses de Sputnik V da Rússia e um volume abaixo do esperado de vacinas da Pfizer.