México acusa EUA de inconsistência em convites para Cúpula das Américas
O ministro mexicano das Relações Exteriores, Marcelo Ebrard, acusou nesta terça-feira os Estados Unidos de tratamento desigual após Cuba, Venezuela, e Nicarágua não serem convidadas para a Cúpula das Américas realizada em Los Angeles, ao mesmo tempo em que dialoga com governos não democráticos no sudeste asiático.
“A chamada cláusula democrática não é aplicada igualmente em todos os casos, apenas em alguns, quando é conveniente”, escreveu Ebrard em uma coluna publicada pelo jornal mexicano Excelsior, apontando para as relações de Washington com a Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) e para a formação do Quadro Econômico do Indo-Pacífico, em maio.
Ebrard chamou a decisão norte-americana de “inconsistente, senão contraditória”. Entre os membros da Asean estão Mianmar, comandado por uma junta militar, e o Vietnã, governado pelo Partido Comunista, o único do país.
Os Estados Unidos escolheram não convidar os líderes de esquerda da Venezuela, Nicarágua, e Cuba, de governo comunista, para a Cúpula das Américas em Los Angeles, citando preocupações com a falta de democracia em seus países, segundo uma autoridade sênior do governo norte-americano.
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, retirou sua participação pois os Estados Unidos afirmaram que nem todos os países das Américas seriam convidados.
O presidente norte-americano quer abordar os desafios econômicos e de imigração da região na cúpula.
López Obrador disse que, ao invés disso, se reuniria com Biden no mês que vem.
“Sem aquela pressão, sem aquela chantagem lamentável e vergonhosa da cúpula, vamos conversar em julho”, disse López Obrador na terça-feira em uma entrevista coletiva regular.
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