Metaverso pode ganhar fôlego mais rápido no Brasil, diz Accenture
O metaverso pode ser uma realidade mais presente no cotidiano das pessoas mais rápido no Brasil do que em regiões como Estados Unidos e Europa, disseram executivos Accenture citando resultados de uma pesquisa feita pela consultoria.
“Estamos apostando que vai acontecer no Brasil daqui 2 a 5 anos”, disse Paulo Ossamu, diretor executivo de tecnologia da Accenture na América Latina, em entrevista à Reuters nesta terça-feira. “Haverá impacto já nos próximos dois anos.”
Segundo a edição 2022 da pesquisa anual da Accenture Technology Vision, feita em 35 países, 78% dos executivos no Brasil afirmaram que o metaverso, o termo usado para indicar o mundo virtual que tenta replicar a realidade por meio de dispositivos digitais, terá um impacto positivo em seus negócios.
A pesquisa ouviu 4.650 executivos de alto escalão de uma série de setores, com quase metade deles de áreas vinculadas a telecomunicações e tecnologia da informação.
Sem mencionar detalhes, a Accenture afirmou que os resultados para o Brasil são muito superiores à média de outros países e que isso pode refletir em parte o fato da população brasileira ser mais jovem do que em mercados mais maduros, além do salto no uso de dispositivos eletrônicos durante a pandemia.
“Temos visto muito otimismo entre executivos (no Brasil) e empresas de venture capital investindo em conteúdo para o metaverso para produtos como jogos”, disse Ossamu, citando ainda aplicações em comércio eletrônico e educação.
Para o executivo, restrições tecnológicas comparativas no país, como menor capacidade computacional e a rede 5G ainda no seu início, devem ter impacto cadente no desenvolvimento do metaverso no país, dada a contínua queda nos custos de soluções.
“Já estamos vendo empresas contratando computadores de alta performance para resolver problemas específicos”, afirmou Ossamu. “A capacidade computacional quântica ainda é um sonho, mas já existe muita coisa possível, porque os custos estão baixando”, completou.
Para Daniel Franulovic, diretor inovação da Accenture no Brasil, embora haja um frenesi com o tema, o metaverso tem um potencial diferente do que o “Second Life”, serviço lançado no início da década dos anos 2000 que baseava-se numa vida virtual na internet, mas que logo perdeu força.
“Aquilo era mais escapismo da realidade”, disse Franulovic. “Agora vemos o uso mais integrado da tecnologia ao cotidiano das pessoas”, disse Franulovic.