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Metaverso é usado em seleção para estágios no Brasil; veja como

10 fev 2022, 11:37 - atualizado em 10 fev 2022, 11:46
Metaverso/ Cia de Estágios
Metaverso é utilizado pela Companhia de Estágios em processos de seleção para vagas de estágio (Imagem: Divulgação)

A Companhia de Estágios, principal player do mercado de recrutamento e seleção, acaba de conduzir as primeiras entrevistas de estágio no metaverso. A iniciativa, em parceria com a Scania, referência mundial em soluções de transportes, e outras empresas, faz parte de um projeto piloto que visa testar o potencial da tecnologia nos processos seletivos.

Ao todo, 30 universitários, de áreas como engenharia, comunicação e administração de empresas, participaram da primeira fase da seleção no metaverso — que incluiu entrevistas com recrutadores treinados para usar a tecnologia. Antes do bate-papo, os participantes receberam um manual com dicas e informações prévias sobre o processo, antes de irem até a sede da Companhia de Estágios para realizar a dinâmica usando os óculos de VR (realidade virtual).

Para participar do processo seletivo no metaverso, cada participante pode criar um avatar personalizado com características físicas, mostrando seu estilo profissional e de temperamento. É possível customizar corpo, formato do rosto, cor da pele, olhos, nariz, boca, sobrancelha, comprimento e cor do cabelo, roupas e acessórios (como brincos e piercing). “O candidato consegue criar um personagem parecido com ele próprio para interagir com o recrutador – que também é um avatar”, diz Tiago Mavichian, CEO e fundador da Companhia de Estágios.

Segundo o executivo, o metaverso ajudará a criar experiências mais interessantes para quem disputa uma vaga. “Quando a pandemia acabar, os processos seletivos seguirão online. E, para manter os candidatos engajados, será preciso evoluir para além das entrevistas no Zoom”, complementa Mavichian. “Outro motivo que nos levou a apostar no metaverso é a ascensão da geração Z. Eles já são 25% da força de trabalho global e estarão em peso nesse ambiente virtual”.

O estudante de administração Gabriel Seabra, 21 anos, foi um dos jovens a participar do piloto. “Já fiz muitas dinâmicas, em grupo e individual, presencial e remoto, mas nenhuma foi igual a esta. A experiência no metaverso foi única. Depois que coloquei os óculos e me ambientei com a ajuda do time envolvido, ficou até difícil saber o que era realidade ou não”.

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Metaverso: investimento e desafios

30 jovens talentos participaram do projeto piloto, que utiliza de óculos de VR (realidade virtual) para experiência no metaverso, realizado em parceria com a Scania e outras empresas (Imagem: Lucrezia Carnelos/Unsplash)

De acordo com o Diretor de Tecnologia da Companhia de Estágios, Hugo Rebelo, a empresa aprovou investimentos de meio milhão de reais para a fase inicial do projeto, que envolveu a avaliação e testes com as plataformas Meta (FB; FBOK34), Decentraland (MANAUSD) e outras.

“O metaverso não é uma coisa única, é um conceito amplo que engloba vários mundos virtuais, com diferentes características. No ‘Decentraland’, por exemplo, há uma grande liberdade criativa e já existe uma forte especulação imobiliária virtual. Por sua vez, no workrooms do Meta, embora o ambiente seja mais limitado, há um foco maior nas relações profissionais. De forma geral, notamos que com o surgimento de novas tecnologias, como o blockchain, além de uma maior capacidade computacional e aprimoramento das redes, têm se viabilizado a construção de experiências cada vez mais naturais e imersivas. Cabe lembrar que anos atrás era comum ouvir as pessoas falarem ‘vou entrar na internet’. Agora, nós vivemos na internet, ela faz parte das nossas vidas. É bem provável que daqui alguns anos viveremos o mesmo com o metaverso, aceitando-o como algo do nosso cotidiano”, explica Rebelo.

Alguns dos desafios já esperados para popularizar o metaverso no Brasil são o alto custo dos óculos de realidade virtual e a dificuldade de acesso à internet de qualidade em muitas regiões. “Nós ainda dependemos de vários avanços para que o metaverso se torne uma tecnologia popular, como o aumento do 5G. Mas, quando isso acontecer, não tenho dúvida de que essa será uma tecnologia que tem potencial de somar no recrutamento e seleção no mercado de trabalho”, diz o CEO Tiago Mavichian.