Metas de inflação: Ministério da Fazenda estuda alterações; saiba o que pode mudar
O tema metas de inflação voltou a ganhar os holofotes. Isso porque é na reunião de junho que o Conselho Monetário Nacional (CMN) define meta para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de três anos-calendário à frente.
No começo do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a criticar a meta de inflação, alegando que ela está muito baixa e isso atrapalharia a redução da taxa Selic. Na época, Lula foi orientado a reduzir o cabo de guerra sobre esse tema e o Ministério da Fazenda assumiu o comando do debate de metas.
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Segundo informações do Valor Econômico, a equipe econômica estuda uma forma de flexibilizar o regime de metas. A ideia é que o governo adote um tempo mais longo para cumprimento do objetivo. Ou seja, deve ser substituída a regra baseada em ano-calendário.
Atualmente, as metas são definidas ano a ano, sendo que as metas de inflação para 2023, 2024 e 2025 são de 3,25%, 3% e 3%, respectivamente.
O modelo defendido pela Fazenda é o de meta de inflação contínua, que basicamente tem um prazo mais longo que 12 meses. O motivo da mudança é que os efeitos da política monetária tendem a aparecer, em média, após 18 meses – e o governo que alinhar a meta com essa janela de tempo.
Na semana passada, Fernando Haddad já tinha comentado sobre o fim do ano-calendário na definição da meta. “Brasil e Turquia são os únicos dois países que adotam regime de meta com uma especificidade que, na minha opinião, não faz o menor sentido, que é o tal ano-calendário”, disse em entrevista à CNN.
Vale destacar que ainda não está claro se o governo também pretende aumentar o percentual da meta.
Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, o aprimoramento do regime de metas de inflação é fundamental. No entanto, o debate não pode ser feito de forma afobada ou com objetivo de alívio monetário.
“Uma revisão da meta dentro do horizonte relevante (2024), na minha avaliação, apenas ampliaria o processo inflacionário vivido e a necessidade de combate do BC através do juro”, afirma.
Juliana Américo é formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.