Credit Suisse

De quem é a culpa da alta do dólar?

15 jul 2018, 8:05 - atualizado em 16 jul 2018, 10:21

A forte alta do dólar em relação ao real em 2018, que foi de R$ 3,31 no final de dezembro do ano passado para R$ 3,88 em 11 de julho, é uma das mais expressivas em anos eleitorais e se assemelha em magnitude apenas em relação ao pleito de 2002, avalia o Credit Suisse em uma análise publicada neste sábado (14).

O time de economistas formado por Leonardo Fonseca e Lucas Vilela calcula que metade da depreciação do real em comparação com a moeda americana resultou de fatores internos, apesar do maior aversão ao risco nos mercados globais.

“A aproximação da eleição presidencial e a provável continuação de um cenário eleitoral incerto sugerem que a taxa de câmbio permanecerá sob pressão no curto prazo. O fortalecimento das candidaturas com agendas menos comprometidas com o processo de consolidação fiscal intensificaria essa tendência”, destacam.

Selic

Os economistas ressaltam que a política monetária provavelmente se normalizará após a clareza obtida em relação ao cenário eleitoral.

“Mantemos nossa expectativa de que o ciclo de aperto monetário só comece após as eleições, com a taxa Selic subindo para 9,5% ao ano (de 6,5%) até o final de 2019. O ciclo de aperto monetário poderia ser iniciado mais cedo se a depreciação do real fosse mais substancial, refletindo uma mudança nos fundamentos da economia brasileira”, pontuam.

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