Mesmo sem força do boi e do consumo, a cadeia posterior não cede e consumidor ‘paga o pato’
O boi gordo conseguiu manter o mercado meio de lado em São Paulo, mas o viés de baixa para o resto do mês não se perdeu.
Em torno de R$ 260 na média das referências da Scot e da Agrifatto. Mas o Cepea/Esalq da segunda projetou o segundo corte em dois dias, de 0,40%, a R$ 287, lembrando que pode haver mais informação de vendas de boi China contaminando para cima o valor.
Enquanto isso, o atacado paulista ofertou cortes mais altos ontem, dando a entender que o varejo conseguiu escoar as sobras das últimas semanas.
O que não significa, necessariamente, ganhos de vendas além do básico, uma vez que o período de janeiro é tradicionalmente de baixa dentro de um quadro já tradicional de consumo fraco.
E mostra ainda que o consumidor não está se aproveitando da desvalorização do animal de mercado interno.
Houve também um reforço mais acentuado do dianteiro nos negócios entre essas duas pontas, mantendo ainda o levantamento do Cepea em destaque.
Para Hyberville Netto, da HN Agro, resultado de um pouco mais de saída exportadora dessas peças, além da renda interna mais deprimida em janeiro (entre gastos de fim de ano e os compromissos clássicos de início de outro) favorecer a venda da proteína mais em conta.
Apesar de os dados da segunda semana de janeiro mostrarem baixa nas exportações de carne in natura sobre a semana anterior – 37 mil toneladas, 9,23% abaixo -, na quinzena está maior que no mesmo período do ano passado.
Se o quadro vai se sustentar, ainda é cedo para ser confirmado, acredita o analista da HN.
Ao fim desta terça (17) se terá um painel mais realista, quando os negócios fecharem em dia tradicional de maior liquidez.
Se houver recuo, mais uma vez se acenderá o alerta para a @ paulista chegar perto dos R$ 250 ao final de janeiro.