Mesmo sem carne bovina BR, China compra menos proteínas globalmente. E os famosos estoques?
A China vai fechar o ano sem comprar mais carne bovina brasileira, o que ocorre desde setembro, e desacelerando as compras das outras proteínas animais, possivelmente mantendo o padrão de novembro em relação às suas importações de todos os fornecedores.
De acordo com as autoridades alfandegárias chinesas, o recuo no mês passado de aquisições internas foi 12,6%, atribuído à maior oferta de carne suína local e a preços mais baixos.
Dezembro também tem menos dias úteis, pelo calendário do ocidental, o que também já garante embarques menores.
A dúvida é quanto à formação de estoques na China, visando o período de festas do Ano Novo Lunar, em fevereiro.
Geralmente no último trimestre, o gigante asiático recheava seus inventários, somando ao que já mantêm armazenado estrategicamente. Mas é ‘caixa-preta’, em termos de volume conhecido.
Nestes últimos quatro meses, o cenário é totalmente atípico.
A carne bovina brasileira, embargada desde os casos da vaca louca, em 3 de setembro, está fora deste mercado, e vinha sendo o fiel da balança nas mesas chinesas desde que a crise sanitária do plantel de suínos reduziu drasticamente a produção doméstica.
As exportações totais de carne de boi caíram 47% em novembro, renovando as baixas de outubro, sob influência da ausência do maior importador.
Também no mês passado, houve recuo nas exportações gerais de proteínas suína (9,4%) e de frango (4,5%), embora os dados mostrem altas no acumulado do ano, e com ganhos em faturamento, sempre na comparação com 2020.