Mesmo em trajetória de queda, inflação preocupa Campos Neto (aqui e lá fora)
Apesar de os dados do IPCA-15 desta sexta-feira (26) mostrarem uma trajetória de queda, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, diz ainda estar preocupado com a inflação no Brasil. A fala veio durante a sua participação hoje no evento promovido pela Young Presidents’ Organization.
Mesmo com a desaceleração apontada pela prévia de abril, apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as expectativas de médio e longo prazo vêm piorando na análise do chefe da autarquia. Segundo ele, essa “última milha” é o momento mais difícil.
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Segundo o último Relatório Focus, as expectativas de alta nos preços para 2024 passaram de 3,71% para 3,73%. Já para 2025, a projeção do índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foram elevadas de 3,56% para 3,60%. Os demais anos permanecem as mesmas projeções de 3,50%.
Esse cenário preocupa Campos Neto, que também não enxerga uma melhora enquanto o nível dos juros nos Estados Unidos permanecerem altos e sem qualquer sinal mais claro de queda nos próximos meses. Somado a isso, o preço dos combustíveis e o câmbio também influenciam as percepções, já que este último é influenciado pela política monetária.
Inflação: Somente o externo preocupa?
O aumento da incerteza no cenário global, no entanto, pode não significar muita coisa, segundo o presidente do BC. Isso porque ele diz não ter uma relação mecânica.
“Significa que tem uma preocupação que a gente achava que estava aumentando, está acontecendo, e está acontecendo mais rápido do que a gente achava”, explicou.
Vale lembrar que, na última semana, Campos Neto falou sobre o componente fiscal doméstico após mudança das metas para as contas públicas – e abriu as portas para que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza o ritmo de cortes na Selic. Ele também disse que o BC não tem como dar indicação sobre sua atuação futura diante dessa incerteza.
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O líder da autarquia ainda ponderou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem feito “esforço enorme” na questão fiscal e disse ser difícil cortar gastos no Brasil.
Sobre o Produto Interno Produto (PIB), ele afirmou que é muito difícil que cresça menos que 2% em 2024, considerando o resultado do ano passado e dados do primeiro trimestre.
*Com informações da Reuters