Mesmo com queda, Brasil está entre os países com maiores inflações
Em julho, a inflação brasileira apresentou queda de 0,68%. Trata-se da menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980, e a primeira desde maio de 2020.
Apesar da deflação, o Brasil não escapou de estar entre os países com maior inflação para o período.
De acordo com um levantamento da empresa de análises e tecnologia financeira Quantzed, com base nos dados do Trading Economics, o acumulado de 10,07% nos últimos 12 meses garantiu ao Brasil o quarto lugar entre os países do G20. Na pesquisa, a taxa foi arredondada para 10,1%.
Entre os três primeiros, estão a Turquia (79,6%), a Argentina (64%) e a Rússia (15,9%), sendo que a média do grupo é de 13,7%. Confira:
País | Inflação anual |
Turquia | 79,6% |
Argentina | 64% |
Rússia | 15,9% |
Brasil | 10,1% |
Reino Unido | 9,4% |
Estados Unidos | 9,1% |
União Europeia | 8,9% |
México | 8,2% |
Canadá | 8,1% |
Itália | 7,9% |
Alemanha | 7,5% |
África do Sul | 7,4% |
Índia | 7% |
Coreia do Sul | 6,3% |
Austrália | 6,1% |
França | 6,1% |
Indonésia | 4,9% |
China | 2,5% |
Japão | 2,4% |
Arábia Saudita | 2,3% |
Na maioria dos países, incluindo o Brasil, a inflação ainda é resultado da soma da pandemia com a alta das commodities. As medidas de restrição levaram a uma queda na produção, além de gerarem problemas das cadeias logísticas.
Além disso, para manter a economia aquecida, governos e bancos centrais jorraram dinheiro no mercado através de subsídios, facilidades de acesso a crédito, redução de impostos e taxa de juros baixas.
No caso do Brasil, o Banco Central já está considerando encerrar o ciclo de altas da Selic, enquanto o governo criou medidas para controlar o preço dos combustíveis e energia – que eram os produtos que mais estavam pressionando o indicador.
América Latina
Quando comparado com outros países da América Latina, aí, sim, o Brasil tem o que comemorar. A inflação brasileira foi a única que apresentou queda até então.
Em julho, o Chile registrou alta de 1,4%, seguido por Colômbia (0,81%) e México (0,74%).
“A forte queda da inflação por trás dos mais recentes cortes de impostos coloca o Brasil em uma situação favorável em relação aos seus pares regionais, já que o Banco Central já elevou sua taxa básica para 13,75% após o aumento de 0,50 ponto percentual e vê o fim de sua ciclo de aperto”, afirma Nenad Dinic, estrategista de ações de mercados emergentes do Julius Baer.
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