Mesmo com ano desafiador, preço da celulose irá melhorar a longo prazo; veja as recomendações da XP
A XP Investimentos divulgou na noite de ontem relatório reforçando o otimismo com o setor de papel e celulose para 2020, reiterando a recomendação de compra para Suzano com o preço-alvo indo de R$ 40,00 para R$ 45,00. No caso do Klabin, foi mantida a indicação Neutra, com o valor esperado para o final do próximo ano avançando de R$ 19,00 para R$ 20,50.
Em documento enviado para clientes, a corretora destaca que 2019 foi um ano desafiador para os preços de celulose, que acumulam queda de 40% até o momento. Na esteira dessa queda, as ações da Suzano e da Klabin não ficaram ilesas e performaram abaixo do índice Ibovespa.
A equipe tem perspectiva positiva para os preços da celulose no longo prazo, suportada por três fatores, como a normalização dos estoques; a recuperação gradual das margens dos fabricantes de papel; e a pequena entrada de nova capacidade de celulose no mercado.
Os analistas apontam que as ações nos patamares de preços atuais refletem os preços de celulose de fibra curta na China em US$470/t, com um câmbio em R$4,0 por dólar, esse valor se compara a estimativa da XP de US$520/t em 2020.
Na visão deles, embora a visibilidade no curto prazo permaneça baixa, os preços da celulose parecem estar próximos de um fundo e o movimento de desestocagem da Suzano é positivo. Assim, eperam que os preços da celulose se recuperem gradualmente ao longo de 2020.
Suzano
A visão positiva dos analistas está baseada em uma expectativa de recuperação das margens dos fabricantes de papel, na tendência estrutural positiva para a demanda de celulose, na pequena entrada de nova capacidade no mercado e também na normalização dos estoques no primeiro semestre de 2020.
Eles acreditam que o nível atual das ações da Suzano (SUZB3) precifica o preço de celulose no patamar de US$470/t – valor este que se compara aos US$520/t que assumindo modelos para 2020.
Além disso, destacam que surpresas positivas quanto à integração com a Fibria (FIBR3) podem aparecer. Quanto à alavancagem da Suzano, eles têm um modelo uma dívida líquida / EBITDA de 4,6x e 3,7x em 2020 e 2021, respectivamente.
Klabin
A XP vê a alavancagem da Klabin (KLBN11), diante da execução do projeto Puma II, como um risco. No entanto, a empresa está alinhada com o cronograma, a demanda do Brasil por embalagens deve aumentar e o preço da celulose dá sinais de retomada.
Incluindo em nas estimativas esse projeto de expansão, projeta a alavancagem da Klabin (medida pela dívida líquida / EBITDA) de 4,0x e 3,3x em 2023 e 2024, respectivamente.