Mercedes-Benz reduz sua produção na Europa; entenda os desafios do setor em meio à guerra
O Grupo Mercedes-Benz anunciou nesta quarta-feira (30) reduções na produção de sua fábrica na cidade de Sindelfingen, na Alemanha.
A montadora informou que a decisão foi tomada devido a problemas na cadeia de fornecimento de seus veículos causados pelo conflito entre Rússia e Ucrânia.
A fábrica alemã é uma das principais da marca na Europa, responsável pela produção de veículos como o Classe S, o elétrico Mercedes EQS e o sedan Classe E. Não foram informadas quais linhas serão mais afetadas pela medida.
Em declaração a Automotive News Europe, a Mercedes-Benz declarou que está analisando diariamente novas formas de se adaptar aos problemas de fornecimento causados pela instabilidade no leste europeu.
No comunicado, a empresa também declarou que as demandas de produção de seus automóveis poderão ser remanejadas para outras fábricas.
“A alta flexibilidade das fábricas também será usada para evitar, na medida do possível, períodos de inatividade”, diz.
Problemas anteriores à guerra
Desde o início da pandemia e as medidas de isolamento social causados pelo vírus da Covid-19, empresas de tecnologia e montadoras automotivas sentiram fortes impactos causados pela déficits nas cadeias de fornecimento em insumos tecnológicos globais.
O principal recurso afetado foram os chips semicondutores, utilizados massivamente em dispositivos celulares, computadores, aparelhos televisivos, carros e motos.
Com isso, tais produtos foram afetados não apenas em seus processos de fabricação, mas até mesmo nas próprias precificações – que aumentaram consideravelmente desde o início da pandemia.
Desdobramentos com a guerra
Com o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, os mercados europeus viram um problema que estava próximo do fim perder completamente suas previsões de recuperação.
Antes mesmo do início da guerra, o presidente global da Volkswagen, Herbert Diess, afirmou que se os países entrassem numa disputa, a economia europeia sentiria efeitos mais duros que os causados pelo próprio coronavírus.
Sem falar da instabilidade dos commodities globais, as montadoras localizadas na Europa notaram que a prioridade dos fornecedores de chips e insumos em tecnologia estava voltado para outras indústrias que não envolviam o setor automotivo.
Desde então, o setor tem apresentado dificuldades para se recuperar, mas segue lidando com os recursos escassos e incertezas a curto prazo.