Mercados precificaram muito medo, avalia Ashmore
Os mercados brasileiros precificaram um medo exagerado nos últimos dias, avalia a Ashmore, gestora de recursos britânica especializada em investimentos em mercados emergentes. Jan Dehn, chefe de pesquisa econômica, ressalta que a reforma da Previdência é importante, mas o seu “timing” pode ser mudado.
“Não há dúvida de que a reforma é importante para a perspectiva fiscal a longo prazo, mas a reforma não depende da urgência. As finanças públicas do Brasil vão ser capazes de lidar com um atraso na reforma da Previdência até que a próxima administração tome posse”, explica ele em um relatório enviado a clientes.
Dehn ressalta que os episódios passados de volatilidade política têm sido excelentes oportunidades de compra.
“Em 2016, a renda fixa do governo brasileiro retornou 60% em dólar para aqueles que compraram títulos em meio ao barulho político que cercava o impeachment de Dilma. Pensamos que o Brasil continua oferecendo uma proposta de renda fixa convincente, agora com um ponto de entrada ainda mais atraente”, explica.
Ao considerar os vários rumos para a política brasileira, o especialista avalia que as eleições diretas de 2018 devem abrir espaço para novatos e deixar de fora nomes como Dilma, Lula e Aécio.
“Assim, a eleição em 2018 parece destinada a oferecer um grupo de recém-chegados ao palco político, como o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), que está atualmente em uma posição forte para disputar a presidência”, estima.