Mercados iniciam primeira semana de março com sinais trocados aos investidores
Os primeiros dias do novo mês foram para lá de agitados no mercado financeiro. A queda do PIB brasileiro na reta final de 2022 serviu de munição para um novo ataque ao Banco Central. O atual patamar da taxa Selic e Roberto Campos Neto voltaram a ser alvo.
Ambos estão na mira do presidente Lula, de sua equipe econômica e da ala política do PT há algum tempo. Como se não bastasse, a discussão sobre os dividendos da Petrobras e o novo pedido de recuperação judicial da Oi também agitaram os ativos brasileiros nos últimos dias.
Combinados, esses temas deixaram os mercados domésticos com sinais trocados. Esse fluxo negativo de notícias e declarações contaminou o humor dos investidores.
Porém, também houve uma luz no fim do túnel. A vitória declarada de Fernando Haddad na questão dos combustíveis alimentou esperança em relação ao novo arcabouço fiscal.
Mercados se preparam para mais pressão
Há expectativa é de que o conjunto de regras fiscais do país seja conhecido antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no fim deste mês. Mas até lá, a queda de braço entre governo e BC deve ter novas rodadas.
Ao mesmo tempo, a política de preços da Petrobras deve ser alterada assim que o governo retomar o controle da estatal, em abril. E não é só. A distribuição de proventos aos acionistas passará a ser dividida, com metade do valor indo para investimentos.
Já os mercados internacionais continuam se ajustando à perspectiva de juros mais altos por mais tempo. Enquanto nos Estados Unidos, a discussão sobre uma taxa terminal próximo a 6% começa a ganhar corpo, na zona do euro já há consenso de juros de 4%.
Portanto, não dá para afirmar, de antemão, que a primeira semana cheia de março será mais calma. Afinal, isso tem sido algo raro nos últimos meses, tanto aqui quanto lá fora.