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Mercados ganham primeira batalha na guerra comercial de Trump; o que esperar do Ibovespa nesta quinta (10)

10 abr 2025, 7:27 - atualizado em 10 abr 2025, 7:27
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Pelos próximos 90 dias, a taxa será de apenas 10% – com exceção da China, que viu a tarifa subir para 125%, com a troca de retaliações entre as duas maiores economias do mundo. (Imagem: REUTERS/Kevin Lamarque)

Na guerra comercial travada por Donald Trump, os Estados Unidos teve a sua primeira derrota após o presidente voltar atrás nas tarifas reciprocas e anunciar uma pausa nas medidas tarifárias anunciadas na semana passada.

Pelos próximos 90 dias, a taxa será de apenas 10% – com exceção da China, que viu a tarifa subir para 125%, com a troca de retaliações entre as duas maiores economias do mundo. Trump não aguentou a queda forte nos mercados e pressão dos grandes empresários americanos, que estão preocupados com o aumento de custos que as imposições tarifárias podem gerar.

Além disso, pegou mal para o presidente o posicionamento da China de não se dobrar diante das exigências do presidente norte-americano, o que estava dando força para outros países revidarem o aumento de tarifas, caso do Canadá e da União Europeia.

Ao longo dos últimos dias, Trump chegou a acenar diversas vezes para Xi Jinping, afirmando que aguardava pelo telefonema do presidente chinês para acertar uma negociação. Mas a única resposta de Pequim foi a de que eles lutariam “até o fim” caso os EUA insistissem nas tarifas contra produtos chineses.

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Após o recuo de Trump, o mercado deu uma guinada de 360 graus e aproveitou para recuperar as perdas dos últimos dias.

S&P 500, por exemplo, registrou o maior ganho diário desde 2008. Já o índice Nasdaq, que reúne as maiores empresas do setor de tecnologia, também teve o maior salto diário desde janeiro de 2001 e o segundo melhor desempenho intraday na história.

Dow Jones fechou a sessão com o maior avanço desde março de 2020.

Enquanto não saem os próximos capítulos da guerra comercial, os investidores ficam de olho no Índice de Preços ao Consumidor (CPI, em inglês) dos Estados Unidos.

As projeções apontam para uma desaceleração mensal e anual, fechando março com alta de 0,10% e 2,6% em 12 meses. Além disso, os economistas esperam que o efeito do aumento de tarifas já comece a aparecer em alguns grupos.

Vale lembrar que o Federal Reserve está acompanhando de perto a evolução dos preços, tanto que a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) trouxe a preocupação com o resultado das medidas de Trump.

As bolsas asiáticas fecharam em alta, com destaque para a bolsa de Tóquio que disparou mais de 9%. O mercado europeu avança forte, enquanto os futuros de Wall Street operam no negativo.

O que esperar do Ibovespa

Por aqui, os investidores aguardam os dados do setor de serviços; a expectativa é de estabilidade para o mês de fevereiro.

Além disso, a atenção com a guerra comercial continua. O Brasil entrou para a lista de países que subiu o tom com os Estados Unidos. Embora o governo busque uma negociação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “tudo que fizer conosco, haverá reciprocidade”.

Após participação na cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), Lula disse que o Brasil vai para acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) ou agir na base da reciprocidade. Ainda, sim, o presidente reforçou vai “utilizar todas as palavras de negociação que o dicionário permitir”.

No último pregão, o Ibovespa (IBOV) teve mais uma sessão marcada por volatilidade. Mas o índice ganhou força, firmou alta e saltou quase 4 mil pontos na segunda parte da sessão com o alívio temporário das tarifas de importação dos Estados Unidos.

O principal índice da bolsa brasileira fechou aos 127.795,93 pontos, com alta de 3,12%.

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,8473, com queda de 2,51% sobre o real, no menor nível em um mês. 



iShares MSCI Brazil (EWZ), o principal fundo de índice (ETF) brasileiro em Nova York, caiu 0,24% no after-market de ontem, cotado a US$ 24,65.

Agenda: Veja a programação para hoje

Indicadores econômicos

  • 09h – Brasil – Pesquisa Mensal de Serviços
  • 09h30 – EUA – CPI
  • 09h30 – EUA – Pedidos de auxílio-desemprego

Agenda – Lula

  • A agenda do presidente não foi divulgada até o momento da publicação do texto

Agenda – Fernando Haddad

  • 9h – 338ª Reunião Extraordinária do Conselho de Administração da Itaipu

Agenda – Gabriel Galípolo

  • 09h – ​Reunião com Saleh Alsuwaidi, Embaixador dos Emirados Árabes Unidos
  • 10h – Audiência com Souâd Benkredda, Member of the Board of Managing Directors do DZ Bank AG, Frank Scheidig, Senior Executive Banking, Gabriel Steiner Tavares, Director & Chief Representative São Paulo, e Tatiane de Paula e Silva, Relationship Manager
  • 11h – ​Reunião com Bruno Moretti, Secretário Especial da Casa Civil da Presidência da República
  • 14h – ​Audiência com Antonio Ricardo Alvarez Alban, Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Roberto de Oliveira Muniz, Diretor de Relações Institucionais, e Mário Sérgio Carraro Telles, Diretor Adjunto de Desenvolvimento Industrial
  • 15h30 – ​Audiência com representantes​ da Associação Brasileira de Internet (ABRANET)

Morning Times: Confira os mercados na manhã desta quinta-feira (10)

Bolsas asiáticas

  • Tóquio/Nikkei: +9,13%
  • Hong Kong/Hang Seng: +2,06%
  • China/Xangai: +1,16%

Bolsas europeias (mercado aberto)

  • Londres/FTSE100: +4,51%
  • Frankfurt/DAX: +5,68%
  • Paris/CAC 40: +5,35%

Wall Street (mercado futuro)

  • Nasdaq: -1,66%
  • S&P 500: -1,48%
  • Dow Jones: -1,09%

Commodities

  • Petróleo/Brent: -2,23%, a US$ 64,02 o barril
  • Petróleo/WTI: -2,26%, a US$ 60,96 barril
  • Minério de ferro: +3,06%, a US$ 96,32 a tonelada em Dalian

Criptomoedas

  • Bitcoin (BTC): +5,9%, a US$ 81.661,38
  • Ethereum (ETH): +8%, a US$ 1.592,57

Boa quinta-feira e fique de olho no Money Times para acompanhar as notícias do mercado!

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Editora
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
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