Mercados forçam moratória da Argentina antes das eleições, diz Capital Economics
Em relatório divulgado nesta segunda-feira (12), a Capital Economics avalia que o colapso nos mercados financeiros em torno do resultado prévio das eleições na Argentina poderá fazer com que o FMI requeira reestruturação do endividamento público antes das eleições de outubro.
“A rota nos mercados argentinos hoje pressionará a dívida pública para acima de 100% do PIB, o que torna uma falência soberana ainda mais provável”, afirmou Edward Glossop, economista para América Latina da instituição londrina.
Três pontos
Para a Capital Economics, existem três pontos a se atentar: a não atuação do banco central; a maior probabilidade de moratória nos próximos meses e a junção entre crise cambial, alta na inflação e condições financeiras mais restritas como tripé para a não reeleição de Mauricio Macri.
Em relação ao primeiro ponto, Glossop pondera que aparentemente o banco central não deverá utilizar reservas internacionais para intervir no câmbio, “o que pressionará a inflação a frente”. “O nível geral de preços deverá subir de somente 3% ao mês nos últimos anos para talvez 10%”, avalia.
Por sua vez, a maior possibilidade de moratória argentina ocorre pela percepção do FMI de que a trajetória da dívida pública pode se tornar insustentável.
Recessão em vista
Por último, se o mercado permanecer com punições ao país portenho, “poderá pressionar a economia de volta para a recessão”, minando as chances de vitória de Macri.
“Todos os olhos se voltam para a conferência de imprensa de Macri às 15h30 (horário local), quando terá tempo para acalmar os mercados e convencer que a moratória não é iminente”, conclui a Capital Economics.
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